Um homem, de 28 anos, suspeito de integrar uma organização criminosa
miliciana responsável por grilagem de terrenos em Camaçari, e matar o soldado da Polícia Militar, Ítalo de Andrade Pessoa, de 27 anos, e o ex-fuzileiro naval Cléverson Santos Ribeiro, foi preso nesta quinta-feira (9) após cumprimento de um mandado de prisão por latrocínio.
Segundo informações da Polícia Civil, a prisão cumprida nesta quinta foi definitiva porque corresponde a uma condenação onde não cabe mais recurso. O homem foi encontrado no loteamento Bosque Guaraipe I, em Barra do Jacuípe, que pertence ao município de Camaçari.De acordo com o coordenador da Polinter, delegado Arthur Gallas, o homem é investigado em quatro inquéritos pelos crimes de homicídio, latrocínio, roubo e porte ilegal de arma, em Camaçari e outras cidades da Região Metropolitana de Salvador (RMS).
“Ele também é suspeito de praticar junto com seu pai, um sargento da reserva, um duplo homicídio, ocorrido em setembro de 2020, em Camaçari, que teve como vítimas um soldado da Polícia Militar e um ex-soldado da Marinha”, acrescentou Arthur Gallas.
A polícia não detalhou se o sargento da reserva está preso.
Expedida pela 1ª Vara Criminal de Camaçari, a ordem judicial foi cumprida por uma equipe do Serviço de Investigação, Busca e Captura da Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter), com o apoio da Coordenação de Operações Especiais (COE).
O suspeito, que foi condenado a 20 anos de reclusão, foi submetido a exame de lesões e está à disposição do Poder Judiciário.
“As ações criminosas praticadas pelo acusado são relacionadas à milícia armada, estabelecida na região da Linha Verde. Outros integrantes da quadrilha estão sendo procurados”, disse o coordenador da Polinter.
Relembre o caso
O crime ocorreu em 2020 na Estrada Velha, que liga Monte Gordo a Barra de Jacuípe.De acordo com os familiares de Ítalo Pessoa, tudo aconteceu depois que o soldado foi chamado por Cléverson para ir até o Condomínio Morada de Jacuípe, onde o ex-fuzileiro tinha comprado um terreno, com o dinheiro da venda de um carro. Uma terceira pessoa também foi ao local com os dois homens e presenciou o crime. A testemunha não ficou ferida e foi ouvida pela Polícia Civil.
Ainda segundo os parentes de Cléverson, ao chegarem ao condomínio, os três foram recepcionados pelo antigo proprietário do terreno que teria alegado, que o local estava sendo habitado por um outro homem, após ser invadido por milicianos.
Já no terreno, eles foram recebidos pelo invasor, que comunicou que estava pagando aluguel da residência. Em seguida, ainda com os três no terreno, o suposto invasor fez uma ligação. Pouco tempo depois, seis homens chegaram ao local, entre eles, segundo os familiares de Ítalo, um soldado reformado e um sargento da PM.
Ainda segundo a família do soldado morto, os suspeitos do crime comandam grilagens de terra em Arembepe, Barra de Jacuípe, Vila de Abrantes, todas essas localidades em Camaçari, e Simões Filho, cidade também da região metropolitana.
Em outubro de 2020, uma Força-Tarefa da Secretaria da Segurança Pública de Combate a Grupos de Extermínio e Extorsões desarticulou um grupo criminoso formado por PMs da ativa e da reserva. Na época, o órgão disse que o grupo era suspeito de participar das mortes do soldado e do ex-fuzileiro.
G1
0 Comentários