Um deslizamento de terra destruiu um casarão do século XIX da Prefeitura de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, e um imóvel onde funcionava um depósito, na manhã desta quinta-feira (13). O acidente ocorreu no Morro da Forca, localizado no centro histórico da cidade.
Combinação de imagens mostra o casarão histórico momentos antes de ser destruído pelo deslizamento de terra em Ouro Preto (MG) — Foto: Reprodução/TV Globo
Segundo a Defesa Civil Municipal, ninguém se feriu. A prefeitura afirmou que o casarão histórico já estava interditado desde 2012, quando outro deslizamento ocorreu no local. Na época, os técnicos do município concluíram que não havia segurança para a ocupação do imóvel.
"Foi um deslizamento de grande proporção. Felizmente os imóveis estavam vazios. O casarão estava fechado justamente por causa do risco", afirmou o coordenador do órgão, Neri Moutinho.
Local do acidente em Ouro Preto. — Foto: g1 Arte
Área foi evacuada minutos antes
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta de 8h30 para realizar uma vistoria no local e, devido aos problemas estruturais verificados, toda a área foi evacuada. Pouco depois, às 9h10, o deslizamento ocorreu.
A imagem abaixo, à esquerda, mostra cordão de isolamento que já estava no local.
Dois ângulos diferentes mostram deslizamento no Morro da Forca, em Ouro Preto. — Foto: Jiljana Isidoro e Redes sociais
Os bombeiros não souberam informar quantas pessoas tiveram que ser evacuadas.
Segundo a corporação, o talude ainda apresenta instabilidade. Se houver outro desmoronamento, há possibilidade de um hotel e um restaurante serem atingidos.
A Defesa Civil de Ouro Preto orienta que as pessoas não passem pela região. Segundo o coordenador Neri Moutinho, toda a população ribeirinha foi orientada a sair de casa até que seja feita uma avaliação completa dos riscos.
"Depois da análise, vamos falar para os moradores se eles podem ou não retornar para as suas residências", disse.
Deslizamento do Morro da Forca em Ouro Preto. — Foto: Redes sociais
Chuvas foram gatilho
De acordo com a Defesa Civil de Ouro Preto, o solo estava encharcado em decorrência das chuvas dos últimos dias. Ouro Preto está entre os municípios em situação de emergência por causa dos temporais.
"A vegetação é natural, no entanto é insuficiente para garantir a estabilidade em caso de movimentos semelhantes a esse. O que provocou esse movimento foram a declividade da própria encosta, as características geológicas que são típicas na região e o, que foi mais importante, que nós chamamos de gatilho de falha, foi o grande volume de chuvas acumulado desde o dia 26 de dezembro", explicou o geólogo Charles Murta, da Defesa Civil de Ouro Preto.
Vídeo mostra deslizamento no Morro da Forca, em Ouro Preto (crédito: Jiljana Isidoro)
O tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, disse que, mesmo que não esteja chovendo no momento, o risco geológico na região continua muito alto.
"(As fortes chuvas dos últimos dias) acabam fazendo com que o solo fique saturado de água, e essa saturação pode gerar um movimento de massa mesmo em um momento em que a chuva não está acontecendo", explicou.
Momento exato em que morro atinge casarão histórico em Ouro Preto e ele "se dobra" com a força. — Foto: Redes sociais
Dentre as 25 mortes causadas pelas chuvas em Minas Gerais, uma ocorreu em Ouro Preto, no dia 8. Um homem, de 55 anos, morreu depois de ser soterrado. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ele estava deitado na cama, quando houve o escorregamento de terra e a casa dele desabou.
As buscas pela vítima duraram três dias. O corpo só foi localizado na tarde do dia 10 (veja vídeo abaixo).
Homem morre soterrado em Ouro Preto
Outro casarão histórico desabou há 6 dias
Parte de outro casarão tricentenário e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) havia desabado em Ouro Preto no dia 7 de janeiro. O acidente foi provocado pelas fortes chuvas. Ninguém se feriu.
Parte de casarão histórico desaba em Ouro Preto — Foto: Redes sociais/Divulgação
De acordo com a prefeitura, o imóvel já estava em péssimas condições de conservação quando foi adquirido pelo município há poucos meses. Ele havia sido abandonado pelos proprietários.
A área foi isolada, mas nenhum vizinho precisou ser retirado de casa. O imóvel fica no bairro de Santa Efigênia, no Centro Histórico. O Iphan foi notificado.
G1
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