Polícia Civil faz reprodução simulada de morte de jovem no Rio Vermelho, em Salvador; advogado é suspeito

Polícia Civil faz reprodução simulada de morte de jovem no Rio Vermelho, em Salvador — Foto: Arquivo Pessoal

Policiais civis realizam, nesta segunda-feira (3), a reprodução simulada do feminicídio de Kezia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, morta em outubro do ano passado, dentro de um apartamento, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. O advogado criminalista José Luiz de Brito Meira Júnior é suspeito de cometer o crime.

Imagens mostram o momento em que o advogado chega ao apartamento. No entanto, a Polícia Civil não detalhou se José Luiz participou da reprodução.

Polícia Civil faz reprodução simulada de morte de jovem no Rio Vermelho, em Salvador — Foto: Arquivo Pessoal

Em novembro do ano passado, José Luiz de Brito Meira Júnior foi denunciado pelo Ministério Público estadual (MP-BA) por feminicídio cometido por motivo fútil.

O crime

Kezia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, foi morta a tiros pelo namorado em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Kezia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, foi morta a tiros pelo namorado em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Kezia Stefany e José Luiz tinham um relacionamento há dois anos. Horas antes de ser morta, a jovem chegou a postar um vídeo tomando bebida em uma piscina, nas redes sociais. Nas imagens é possível ver que ela está em uma casa de frente para o mar.

No vídeo, não é possível identificar se ela está sozinha ou acompanhada. Kezia foi morta a tiros durante a madrugada. Segundo a Polícia Civil, o suspeito levou o corpo da jovem para o HGE e fugiu em seguida.

Ele foi encontrado horas depois na casa de familiares, pela Polícia Militar. O suspeito foi autuado e levado para o DHPP.

Prisão e polêmica

José Luiz de Britto Meira Júnior foi preso em flagrante pela suspeita de matar a namorada, Kezia Stefany da Silva Ribeiro — Foto: Reprodução/Redes Sociais

José Luiz de Britto Meira Júnior foi preso em flagrante pela suspeita de matar a namorada, Kezia Stefany da Silva Ribeiro — Foto: Reprodução/Redes Sociais

José Luiz foi preso em flagrante, na casa de familiares, depois de deixar o corpo de Kézia no HGE e fugir. Em depoimento, ele alegou que atirou na vítima por legítima defesa. No entanto, a polícia informou que essa tese não se sustenta, por causa dos elementos envolvidos no feminicídio.

Por ser advogado, José Luiz tem direito de ficar custodiado em uma cela especial, denominada Sala de Estado-Maior, mas a Bahia não dispõe desse tipo de locação. Com isso, a defesa do suspeito solicitou que ele fosse para a prisão domiciliar.

Ainda em outubro, a delegada Zaira Pimentel, que investiga o feminicídio, pediu à Justiça para manter José Luiz em prisão preventiva no Batalhão de Choque da PM. A solicitação da delegada teve como base o conceito de que Sala de Estado-Maior corresponde a um local com "condições adequadas de higiene e segurança", e não necessariamente uma cela.

Kezia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, foi morta a tiros pelo namorado em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Kezia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, foi morta a tiros pelo namorado em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais

No pedido, ela citou um relatório do Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em que ele afirma que as Salas de Estado-Maior estão em "desuso" e passaram a ser "gradativamente suprimidas", ou seja, extintas.

Com isso, as Salas de Estado-Maior se estendem para espaços que tenham instalações consideradas adequadas, independentemente de existência de grades. No documento, a delegada afirmou ainda que o Batalhão atende a esse requisito e que, portanto, é possível o recolhimento de José Luiz lá.

A partir dessas informações, o TJ-BA determinou que a Polícia Militar detalhasse as condições da sala indicada, para verificar se ela atendia aos requisitos previstos na lei. A PM encaminhou o ofício à Justiça com as informações e relatando a disponibilidade do local para custodiar José Luiz. 

g1

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