Uma denúncia de ameaça de feminicídio chamou a atenção em Vitória, Espírito Santo. O confeiteiro Samuel Santos Souza, de 24 anos, parou uma viatura da Polícia Militar em uma rua do bairro Resistência para dizer que a ex-mulher dele e a filha corriam risco de vida. O agressor? Ele mesmo.
Segundo o próprio Samuel disse, em entrevista à TV Gazeta
nesta quarta-feira (23/2), os dois terminaram um relacionamento de
quatro anos há alguns meses, mas o ele não aceitava o fim. “Eu ameacei
ela, mandei várias mensagens, dizendo que se ela não voltasse comigo ia
matar ela e o cara que estava com ela. Essa é a realidade, entendeu?!
Então, pra isso não acontecer, eu abri um BO (boletim de ocorrência)
contra mim mesmo. Para proteger a vida dela e a da minha filha também”,
explicou.
Ela confirmou toda a história e mostrou áudios em que o
confeiteiro diz que vai atirar nela e no novo namorado. “Ele estava me
ameaçando constantemente, o tempo todo e você via no olhar dele que ele
não estava sozinho”, declarou. Segundo a vítima, nunca existiram
agressões durante o período de relacionamento. “Ele nunca me bateu, por
esse lado ele era tranquilo”, lembrou.
“Eu tenho consciência de que estou errado, foi
exatamente porque eu tive essa atitude. Porque eu não quero ser mais um
que mata mulher, eu nunca bati em mulher nenhuma na minha vida. Meus
pais me ensinaram o certo e o errado e a decisão que eu ia tomar seria
errada, entendeu?”, justificou.
Quando perguntado sobre o fim do relacionamento e sobre
as possíveis consequências da prisão na própria vida, o homem chega a
sorrir. “Traí ela três vezes, é a realidade, não vou ficar inventando
mentira numa entrevista”, diz. Mais adiante ele fala sobre os planos
para o futuro. “Vou ficar um ano e seis meses, tranquilo. Tenho minha
profissão, volto a trabalhar de novo, mas ela vai continuar tranquila,
vai continuar bem”, argumenta.
Samuel está preso em flagrante pelo crime de ameaça nos termos da Lei Maria da Penha, segundo Boletim de Ocorrência lavrado pela Polícia Civil no Plantão Especializado de Atendimento à Mulher (PEM). A prisão preventiva foi convertida em temporária e ele foi encaminhado ao serviço médico para ter a saúde mental avaliada.
Correio Brazilienze
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