Ministério Público denuncia subtenente do Exército por morte de idoso a pauladas na Zona Oeste do Rio

 O subtenente do Exército Clodoaldo Oliveira da Silva Clementino, de 42 anos, foi encontrado em casa, em Bangu O subtenente do Exército Clodoaldo Oliveira da Silva Clementino, de 42 anos, foi encontrado em casa, em Bangu Foto: Reprodução


O Ministério Público do Estado (MPRJ) denunciou, na última segunda-feira, por homicídio duplamente qualificado, o subtenente do Exército Clodoaldo Oliveira da Silva Clementino, de 42 anos, acusado de matar a pauladas o vizinho, o aposentado Joaquim Luiz Antunes Moço, de 60. O crime ocorreu em Bangu, na Zona Oeste do Rio, dia 23 de janeiro. Luiz Antunes foi socorrido e internado, mas morreu dia 28.

De acordo com a Polícia Civil, Joaquim estaria alcoolizado e, na madrugada do último dia 23, teria errado o endereço ao tentar entrar em casa. Ele então passou a bater e a gritar na casa do acusado. Irritado, Clodoaldo saiu da residência e teria xingado a vítima, que continuou batendo no portão. De acordo com os investigadores, o subtenente “pegou um porrete e começou a espancar o idoso por vários minutos até deixá-lo caído no chão da rua”. A vítima morreria dias depois no Hospital municipal Pedro II, em Santa Cruz, também na Zona Oeste.

Na denúncia, a promotora Elisa Fraga de Rego Monteiro destacou que Clodoaldo agiu “com vontade livre e consciente” e, mesmo caída, “a vítima continuou recebendo golpes com o instrumento do crime pelo denunciado”. De acordo com a promotoria, a morte de Joaquim Luiz foi causada pelas agressões causadas pelo militar.

Elisa Fraga destacou ainda que Clodoaldo, “acreditando ter alcançado seu intento criminoso, qual seja, ceifar a vida da vítima”, fugiu. E a promotora seguiu na denúncia:

“(O agressor foi) Impelido por motivo fútil, absolutamente desproporcional, consubstanciado na sua insatisfação com o comportamento da vítima de gritar e bater, por engano, em seu portão no período do repouso noturno. O crime foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido, na medida em que o denunciado, um homem jovem, sargento do exército e de porte atlético, se muniu de pedaço de madeira para agredir a vítima, um senhor de 60 (sessenta) anos, sob efeito de bebida alcoólica. Verifica-se que para a prática criminosa houve o emprego de meio cruel, uma vez que o denunciado desferiu diversas pauladas por todo o corpo do idoso e durante período de tempo significativo”, escreveu.

O advogado Marcell Nascimento, que defende a família da vítima, afirmou que habilitou-se para ser assistente de acusação e disse esperar que o acusado seja encaminhado ao Tribunal do Júri, que julga crimes dolosos contra a vida.

— O inquérito da 34ª DP (Bangu) foi conduzido de uma forma muito habilidosa e com dedicação. Essa investigação foi fundamental para que o Ministério Público oferecesse essa denúncia por homicídio duplamente qualificado. A família espera que a Justiça seja feita e que, de fato, o Clodoaldo pague por tudo que ele fez, que foi tirar a vida do Joaquim de uma maneira brutal e desumana — afirmou Nascimento. — Joaquim era um idoso, aposentado, que não fazia mal a ninguém. Era uma pessoa tranquila. A expectativa é de que Clodoaldo seja condenado pelo Tribunal do Júri.

Joaquim Luiz Antunes Moço, de 60 anos, estaria alcoolizado quando foi agredido por militar
Joaquim Luiz Antunes Moço, de 60 anos, estaria alcoolizado quando foi agredido por militar Foto: Arquivo pessoal / Reprodução

"Só com a condenação, a família terá alívio", diz irmã de aposentado

A secretária Cathia Dohou Moço Braz, de 52, irmã de de Joaquim, lembra que, “só com a condenação”, a família terá um alívio. Ela lembra que o subtenente do Exército “sempre foi problemático” e as testemunhas temiam por segurança ao denunciá-lo.

— (Por conta da agressividade dele) os vizinhos estavam com medo de depor para denunciá-lo, já que ele era problemático. Mas a Polícia Civil conseguiu convencer essas testemunhas. A gente espera que ele responda criminalmente por esse homicídio e que seja condenado. Não vamos tê-lo de volta, mas, com a condenação do assassino, teremos um alívio — diz Cathia.

O EXTRA não conseguiu localizar a defesa de Clodoaldo.


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