A China apenas emitiu um comunicado dizendo que a Rússia é um país independente e pode tomar suas próprias decisões. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores evitou falar em invasão.
E o Brasil?
O Itamaraty não “condenou” a ação de Putin, o que não considerou uma invasão.
O governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia.
O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.
Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias.
No dia 16, em visita oficial a Moscou, o presidente Jair Bolsonaro esteve com Putin e, em sua fala ao lado do presidente russo, não mencionou a crise diplomática.
“Senhor presidente, compartilhamos de valores comuns, como a crença em Deus e a defesa da família. Também somos solidários a todos aqueles países que querem e se empenham pela paz”, disse Bolsonaro.
Pessoas ficam do lado de fora de um prédio destruído após bombardeios na cidade de Chuguiv, no leste da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022 — Foto: Aris Messinis/AFP
Veja as manifestações em detalhes:
Joe Biden condenou, em comunicado oficial da Casa Branca, a decisão de Moscou.
“O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que vai causar uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano. A Rússia sozinha é responsável pelas mortes e pela destruição que este ataque vai causar, e os Estados Unidos e seus aliados vão responder de uma forma unida e decisiva. O mundo vai responsabilizar a Rússia.”
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se disse chocado com o ataque não provocado da Rússia. Afirmou que Putin escolheu o caminho “do derramamento de sangue e destruição” e que o Reino Unido vai responder de forma decisiva.
Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, na Downing Street, sede do Parlamento britânico. — Foto: Tom Nicholson/Reuters
O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou a decisão da Rússia de atacar a Ucrânia. E pediu que as operações militares parem imediatamente.
Emmanuel Macron, em discurso concedido no Palácio de Elysee, em Paris, no dia 17 de fevereiro de 2022 — Foto: IAN LANGSDON/Reuters
O Ministério das Relações Exteriores da China disse que a Rússia é um país independente e pode tomar suas próprias decisões com base em seus próprios interesses.
A porta-voz do ministério evitou falar em invasão, mas pediu que a paz possa prevalecer na região. Cobrou que as partes envolvidas retomem o diálogo e a negociação para que a situação não saia ainda mais do controle.
O presidente Alexander Lukashenko afirmou nesta quinta-feira que pode ceder tropas para a Rússia na invasão à Ucrânia.
A ex-república soviética é uma das aliadas de Moscou.
Belarus também suspendeu voos civis em seu espaço aéreo.
Alexander Lukashenko, ditador de Belarus, em foto de 26 de abril — Foto: Sergei Sheleg/BelTA Pool Photo via AP, File
O mais alto diplomata da União Europeia, Josep Borrell, disse que a Europa vive “o momento mais sombrio desde o fim da segunda guerra mundial”. Chamou a atitude russa de “inaceitável e intolerável”.
Josep Borrell durante discurso realizado nesta terça-feira (22) — Foto: Sarah Meyssonnier/Reuters
O chanceler Olaf Scholz qualificou a operação militar russa de uma “violação flagrante” do direito internacional, que provocou um “dia sombrio” em toda a Europa.
“A Alemanha condena nos termos mais enérgicos possíveis este ato inescrupuloso do presidente Putin. Nossa solidariedade está com a Ucrânia e seu povo”, acrescentou Scholz em um comunicado.
Olaf Scholz em discurso durante a conferência de segurança de Munique — Foto: ANDREAS GEBERT/Reuters
O primeiro-ministro Fumio Kishida disse que o Japão condena fortemente as ações unilaterais da Rússia. Kishida disse que instruiu as suas autoridades relevantes a fazer todo o possível para garantir a segurança dos cidadãos japoneses na Ucrânia.
Fumio Kishida em pronunciamento dado nesta sexta-feira (21) — Foto: KYODO / REUTERS
O ministro da Imigração da Bélgica, Sammy Mahdi, disse, em comunicado, que quer a União Europeia pare de emitir vistos para todos os cidadãos russos, incluindo estudantes, trabalhadores e turistas, disse o ministro do asilo nesta quinta-feira em resposta ao ataque de Moscou à Ucrânia.
“No momento, os russos não são bem-vindos aqui”, disse Mahdi, acrescentando que isso deve afetar estadias de curto e longo prazo.
Israel condenou as ações russas na Ucrânia e pediu às potências mundiais que resolvam a crise rapidamente.
“O ataque da Rússia à Ucrânia é uma grave violação da ordem internacional. Israel condena o ataque”, disse o ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, em um comunicado televisionado nesta quinta-feira (24).
Ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, em reunião no gabinete no escritório do primeiro-ministro em Jerusalém, 13 de fevereiro de 2022 — Foto: Menahem Kahana/Pool via REUTERS
O presidente da República Tcheca, Milos Zeman, disse que o ataque da Rússia à Ucrânia é “crime contra a paz” e exige uma resposta por meio de duras sanções, incluindo o corte do país do sistema de pagamentos internacionais Swift.
“É preciso isolar um homem louco. Não apenas defender-se dele com palavras, mas com medidas concretas.”
Presidente checo Milos Zeman em foto de março de 2018 — Foto: David W Cerny/Reuters/Arquivo
O primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, disse nesta quinta-feira (24) que ajudará refugiados da Ucrânia. O país anunciou o envio de até 1.500 tropas para a fronteira para auxiliar a saída de ucranianos.
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia disse que o ataque russo contra a Ucrânia é uma violação das leis internacional e uma ameaça à segurança global.
Na última terça-feira (22), Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, se declarou a favor das decisões tomadas por Vladimir Putin.
“A Venezuela está com Putin, está com a Rússia, está com as causas corajosas e justas do mundo, e vamos nos aliar cada vez mais”, disse Maduro em encontro com ministros transmitido pela televisão.
O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, durante entrevista coletiva no Palácio Miraflores, em Caracas, na segunda-feira (16) — Foto: Reuters/Leonardo Fernandez Viloria
G1
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