Vereador exibe arma e pede para receber chibatadas de cinto após se vestir de palhaço; "Dá com força"

Vereador exibe arma e pede para receber chibatadas de cinto após se vestir de palhaço; "Dá com força"

O vereador Sargento Novandir (sem partido), da cidade de Goiânia, em Goiás, vestiu-se de palhaço, exibiu uma arma e pediu para um colega dar chibatadas nele, com um cinto, durante discurso feito em sessão na Câmara Municipal na terça-feira (1/2). O parlamentar disse que foi enganado pela Prefeitura em uma votação sobre reforma no Código Tributário, que incluía reajuste no IPTU.

"Atenção, senhoras e senhores, respeitável público, prazerosamente, carinhosamente, apresenta o vereador sargento Novandir, no qual foi humilhado enganado e feito de palhaço", anunciou o policial militar, antes de entrar.

Ele pediu desculpas aos cidadãos durante o discurso, mas culpou o secretário de finanças da Prefeitura, Geraldo Lourenço, de ter o enganado para que votasse positivo na reforma. Secretário, volte para seu distrito, que é Brasília. Não fique mais em Goiânia. Você está dando um prejuízo em Goiânia", reclamou, ainda vestido de palhaço.

O sargento disse que buscaria uma forma de reverter o projeto de lei, que levou ao aumento do IPTU. "Teve uma vez que eu tirei um cinto aqui e disse que um vereador merecia levar um couro de cinto. Ele merecia um couro de cinto. E o senhor também", ameaçou.

Novandir pediu então a um colega que batesse nele com o cinto, como uma forma de punição pelo erro. Ao se preparar para a agressão, ele retira uma arma e a põe sobre a tribuna. O vereador Ronilson Reis (Podemos) se aproxima e aplica as chibatadas de maneira leve. "Vou guardar aqui a minha arma. E é para dar cintada mesmo, vereador. Dá com força! Dá com força!", pede.

CONFIRA A CENA [a partir dos 27 minutos]


EXPLICAÇÕES

Depois de o vídeo viralizar, o vereador falou com a reportagem do jornal O Globo sobre o uso da arma. "A arma que tirei da cintura e guardei em um local seguro, travada, em cima da trrbuna, não tinha risco nenhum de disparar. Tinha que colocar em um local seguro. Falei que o secretário merecia uma surra de cinto e que eu também, porque tive culpa, mas não dolo, intenção, em votar em projeto de aumento de IPTU. Quando ele (Ronilson) ia dar a cintada, para não correr risco de acertar o meu armamento, guardei a arma em outro local", explicou.

Segundo a reportagem, regimento interno da Câmara não veda o uso de arma em suas dependências. No entanto, está em tramitação na Casa um projeto apresentado exatamente pelo colega Ronilson no ano passado para que proíba o porte no local. A matéria já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e está na Diretoria Legislativa.

Questionado sobre a cena, Ronilson disse que foi apenas uma forma de manifestação do Sargento Novandir. "Por ser militar, ele falou que quando você comete um erro, tem que pagar uma pena. Então ele tirou o cinto e pediu que eu desse umas chibatadas nele, ainda que fosse figurativo, como se tivesse pagando a pena dele e pedindo perdão à populaçao por ter votado esse código com tanta rapidez. Não tinha percebido que ele tirou a arma e colocou na tribuna. Dei uns três cintinhos figurativos nele, ele pediu para bater mais e deu por encerrado esse assunto", contou.

A Câmara de Goiânia informou, em nota, que o Regimento Interno e o Código de Ética não tratam dos assuntos. "No caso do porte de armas, está em tramitação na Casa um Projeto de Resolução que propõe a proibição do porte e da posse nas dependências do Poder Legislativo", diz o texto.

 Aratu

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