A mãe e dois amigos do empresário Leandro Troesch foram ouvidos nesta sexta-feira (18) pelo delegado Rafael Magalhães, que investiga a morte dele. De acordo com o investigador, os três tiveram contato com Leo, como era conhecido, pouco antes dele ser encontrado morto, e todos disseram em depoimento que ele estava feliz e fazia planos para o futuro.
Segundo o delegado, as declarações afastam ainda mais a possibilidade de ter ocorrido um suicídio.
Conforme Rafael Magalhães, os depoimentos desta sexta foram colhidos na delegacia de Jaguaripe. Ao delegado, a mãe de Leandro disse que tinha conversado com o filho uma hora antes do horário estimado da morte dele.
Já os amigos do empresário tinham passado a tarde com ele na casa de um dos dois. O delegado informou que na ocasião, a companheira de Leo, Shirley da Silva Figueiredo, investigada como suspeita de um possível homicídio, estava com ele.
O caso segue sob investigação. Até então, já foram ouvidas 19 pessoas. Shirley e a amiga dela, Maqueila Bastos, seguem foragidas desde a última segunda-feira (14), quando a Justiça determinou a prisão temporária das duas.
A defesa de Maqueila chegou a dizer nesta semana que ela era inocente e iria se apresentar, mas isso ainda não aconteceu. O delegado Rafael Magalhães afirmou que tentou contato com o advogado da investigada nesta sexta-feira para marcar a apresentação, mas não conseguiu.
Ainda nesta sexta, segundo o delegado, aconteceu a audiência do adolescente de 17 anos que foi apreendido por suspeita de matar o funcionário e amigo de Leo, Marcel Vieira, conhecido como "Billy". No entanto, o delegado não soube informar o que a Justiça determinou.
Billy era tido como testemunha chave para a investigação da morte do empresário. Na terça-feira, a polícia chegou a trocar tiros com um outro homem, que também é suspeito de participar do assassinato de Marcel.
A Polícia Civil tem duas linhas de investigação para o assassinato do funcionário de Leandro, que foi encontrado morto, despido e com marcas de tiros. A primeira é queima de arquivo e a outra é o envolvimento com o tráfico de drogas.
Marcel Vieira, o Billy, funcionário do empresário achado morto em pousada na Bahia — Foto: Reprodução
Investigações
Suspeito de matar empresário em pousada de Jacuípe pode ser apresentado hoje á polícia
O advogado de defesa de Maqueila Bastos, investigada por participar da morte do empresário Leandro Troesch, negou que ela tenha atuado no crime. Paulo Pires falou sobre o caso na quarta-feira (16).
O dono da pousada Paraíso Perdido, que fica em Jaguaripe, no baixo sul da Bahia, foi encontrado morto em fevereiro. Maqueila e a amiga, Shirley da Silva Figueiredo, que é esposa de Leandro, são consideradas foragidas da Justiça desde segunda-feira (14), quando a prisão temporária das duas foi decretada, durante as investigações.
A defesa de Maqueila distorceu a informação, mas disse que ela se apresentaria à polícia. O delegado Rafael Magalhães reiterou que ela é considerada foragida.
O advogado da investigada falou também que ela e a vítima tinham uma relação amigável, e que ele teria confessado problemas psicológicos.
"Ela sempre teve um bom relacionamento com o Leonardo [Leandro], quanto à Shirley, com a qual fez amizade com o tempo quando esteve presa no presídio feminino de Salvador. Após esse fato, ela eventualmente foi à pousada, mas tinha boa amizade. Tanto que, o Leonardo [Leandro] mandou um áudio para ela, uma gravação de áudio que nós temos, em que ele fala muito bem dela, diz que não tem nada contra ela. Um áudio amigável. Neste áudio, inclusive, ele fala que está sob tratamento psiquiátrico, em razão pela qual – naquele momento – ele não queria mais alguém na pousada, visitando ou indo, porque ele estava fragilizado", disse o advogado Paulo Pires.
Maqueila conheceu Shirley na prisão, em 2021. — Foto: Redes sociais
O delegado Rafael disse que recebe essas informações com estranheza. O suposto áudio deverá ser analisado pela polícia.
"Me estranha ele falar que ela era muito amiga de Leandro, pois os fatos que eu tenho e os depoimentos é de que a amiga dela era Shirley e que Leandro não admitia essa amizade. Esses são os fatos que eu tenho a partir dos depoimentos”.
Shirley, viúva de Leandro, está foragida. — Foto: Redes sociais
Casos
Pousada Paraíso Perdido, fica na cidade de Jaguaripe — Foto: Arquivo Pessoal
Leandro Troesch, dono da pousada Paraíso Perdido, foi encontrado sem vida dentro de um dos quartos do estabelecimento, com marca de tiro na cabeça, em 25 de fevereiro deste ano. O empresário já havia sido preso e condenado a 14 anos de prisão por crimes de sequestro e extorsão cometido em 2001. Em 2022, ele estava em prisão domiciliar na pousada.
A viúva, Shirley da Silva Figueiredo, disse à polícia que estava no banheiro e somente ouviu o barulho do tiro. Dias depois da morte de Leandro, já no início de março, Marcel da Silva Vieira, conhecido como Billy, que era o "braço direito" do empresário, foi assassinado a tiros e tinha marca de golpes de faca no corpo.
Ele era uma testemunha fundamental na investigação. Marcel, que tinha envolvimento com drogas, foi morto no dia 6 de março, às vésperas de ser ouvido pela polícia, no distrito de Camassandi, que também fica em Jaguaripe.
O homem, que era funcionário de confiança de Leandro, prestou depoimento logo após a morte do empresário, mas seria ouvido, mais uma vez, um dia depois de ser assassinado.
Até o momento, o crime tem sido cercado de mistérios. O delegado responsável pelas investigações, Rafael Magalhães, afirmou que o cofre da pousada foi esvaziado e que o local do crime foi alterado, após a morte do empresário Leandro Troesch.
G1
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