Relator da Operação Faroeste no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Og Fernandes autorizou a retirada da tornozeleira eletrônica usada pela desembargadora Maria do Socorro, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A autorização foi dada na última segunda-feira (7/3), mas a decisão foi divulgada nesta quarta-feira (9/3).
Na visão do ministro, a magistrada “tem apresentado comportamento colaborativo em relação à instrução processual”. Além disto, segundo ele, “não foi possível concluir a instrução processual com a realização do interrogatório dos acusados, por motivos alheios à esfera de atuação da imputada”.
No ano passado, Fernandes já havia revogado a prisão preventiva de Maria do Socorro, contanto que ela usasse a tornozeleira eletrônica e não acessasse as dependências do TJ-BA. A desembargadora foi presa em 2019 por tentativa de destruir provas relacionadas a um esquema de compra e venda de sentenças de terras do oeste baiano.
Ela é mãe da ex-cantora da Timbalada,
Amanda Santiago. Em dezembro de 2020, a artista foi um dos 35 alvos de
busca e apreensão de uma das etapas da Faroeste. Contudo, não chegou a
ser acusada em nenhuma ação.
Na época, a artista foi citada na delação premiada de Júlio César Cavalcanti Ferreira, um dos advogados acusados de negociar compras de sentenças.
Na ocasião, a investigação apontou transferências "vultuosas" de Amanda para a mãe. Com os valores, a desembargadora teria feito o pagamento de um imóvel na Praia do Forte à francesa Marie Agnês, que acusa a ex-presidente de ter se apropriado ilegalmente da casa.
Com sete suítes, a casa é localizada no Condomínio Aldeia dos Pescadores, sendo avaliada entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. A suspeita é de que o imóvel tenha sido vendido pela marido da francesa à desembargadora por valores menores e sem sua autorização.
Além disto, a delação sugeriu que a cantora teria realizado operações financeira juntamente com Adailton Maturino e sua esposa, Geciane Maturino, em valores que podem chegar a R$ 1 milhão, fazendo até "saque em espécie de R$ 500 mil, no intuito de dificultar a vinculação criminosa entre os investigados".
Um do pivôs do esquema, Maturino teve prisão preventiva revogada no ano passado, mas também usa tornozeleira eletrônica.
Aratu
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