Um homem de 43 anos confessou o assassinato e esquartejamento da modelo erótica Carol Maltesi, 25 anos, em mais um caso de feminicídio que chocou a Itália. O homicídio ocorreu em janeiro passado, na cidade de Rescaldina, província de Milão, e o autor do crime, Davide Fontana, foi preso apenas nesta terça-feira (29), depois de ter comparecido espontaneamente a uma delegacia para denunciar o desaparecimento da vítima, de quem era amigo e vizinho.
Conforme a agência Ansa, Maltesi também era conhecida pelo nome artístico “Charlotte Angie” e, segundo o relato de Fontana, foi assassinada com um martelo durante um suposto “jogo erótico” realizado em seu próprio apartamento em Rescaldina. “Depois não entendi mais nada”, disse o italiano em um depoimento de mais de três horas à polícia.
Fontana contou ter comprado um congelador para guardar o corpo da vítima, que mais tarde seria esquartejado e atirado em um penhasco no município de Borno, cerca de 150 quilômetros a nordeste de Rescaldina.
A verdade só veio à tona após o próprio assassino ter procurado uma delegacia em Milão para denunciar o desaparecimento da modelo. No entanto, os investigadores detectaram uma série de inconsistências em seu relato e o convocaram para um novo depoimento, mas em uma delegacia da província de Brescia, onde acabou preso e confessando o crime.
Os restos mortais foram encontrados em 21 de março, escondidos dentro de sacos pretos no território de Borno, mas ainda não se sabia sua identidade, já que ninguém havia dado conta do desaparecimento de Maltesi.
De acordo com Fontana, ninguém procurou pela vítima ao longo dos últimos dois meses. “Apenas sua mãe, com algumas mensagens no WhatsApp, e um ex-namorado, também com mensagens. Por telefone, ninguém”, disse o homem, que chegou a pagar o aluguel da casa de Maltesi para não levantar suspeitas.
A vítima – Carol Maltesi vivia em Milão, onde trabalhou como vendedora até abrir um perfil na rede social de conteúdo adulto OnlyFans, que serviu para aproximá-la do pornô profissional.
Mãe de um menino pequeno, ela se apresentava no Instagram como “artista” e “modelo” e, em 2020, publicou um vídeo por ocasião do Dia Mundial para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres pedindo sororidade.
“Para combater determinados preconceitos, nós mulheres precisamos ser as primeiras a nos apoiar. Não sou boa para falar de mim, mas é um tema que me é muito caro, e não apenas porque o vivi na minha vida pessoal. Fala-se muito de violência física contra as mulheres, mas também é importante falar daquela psicológica”, disse.
“Aquilo que me vem na cabeça é que, em primeiro lugar, falta sobretudo respeito entre as mulheres. E isso também é uma forma de violência psicológica”, acrescentou.
Colegas de Maltesi afirmaram que ela mantinha uma relação de confiança com Fontana, que tinha até as chaves de seu apartamento. “Eles tinham um bom relacionamento, ele inclusive a acompanhou em algumas filmagens”, contou uma conhecida da vítima no mundo do entretenimento adulto.
Já Fontana tem um blog de gastronomia e um perfil de fotografia no Instagram, onde postava imagens de mulheres em poses sensuais. Em 13 de março, ele chegou a publicar uma foto da própria Maltesi, que já estava morta havia dois meses.
Informe Baiano
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