A blogueira Laylla Cedraz, presa durante ação da Polícia Militar no município de Jaguaripe, voltou a falar sobre o caso e desmentiu, novamente, a versão oficial dada pela corporação. Na operação, o namorado da influenciadora digital, Felipe Augusto Machado Lima, morreu junto com Agnaldo Leite da Silva Neto após confronto, no último dia 11.
Por meio da ferramenta Storie, do Instagram, Laylla disse que os policiais envolvidos na operação já estavam monitorando o grupo, que estava na pousada Paraíso Perdido. Além dos três, a companheira de Agnaldo, a também influenciadora Adrian Grace Marian Barbosa Pinheiro, estava hospedada no local.
"Disseram que a polícia nos achou. Ninguém estava se escondendo. Os policiais estavam à paisana na pousada desde domingo. Inclusive, o policial que me levou para a delegacia [de Santo Antônio de Jesus] estava na piscina mais cedo. Isso de denúncia de homens armados é mentira", atacou.
Por nota, a PM disse horas depois do caso que que a ocorrência começou após agentes do 14º Batalhão (BPMSanto Antônio de Jesus) serem acionados por populares, diante da presença de suspeitos armados na praia dos Garcez.
Ainda de acordo com a corporação, ao notarem a aproximação dos militares, dois homens - Felipe e Agnaldo - atiraram contra as guarnições. Houve revide e, ao término da troca de tiros, os suspeitos foram encontrados e socorridos pelos militares para o Hospital Gonçalves Martins em Nazaré, onde não resistiram aos ferimentos.
O QUE ACONTECEU?
Ainda no Storie, a blogueira detalhou sua versão. Ela sustentou que foi abordada, momentos antes do confronto, por policiais que estavam em uma viatura padronizada do 14º Batalhão.
"A gente foi para a piscina. Felipe estava sem camisa. Se ele estivesse armado e a polícia chegasse, iria dar para ver. Eu não pude entrar na piscina e Felipe entrou. Por causa do cloro, ele pediu para eu comprar um shampoo. Ele ficou na piscina e eu fui com Adrian, de carro. Quando saímos da pousada, tinha uma viatura da PM no meio do mato. Passamos por ela e compramos o shampoo. Na volta, [os PMs] mandaram a gente descer do carro", contou Laylla.
A mulher ainda ressaltou que, antes de ser presa supostamente com cocaína, a PM já havia revistado o automóvel do grupo, modelo Toro.
"A gente abriu o carro todo e eles revistaram na frente do mercadinho e não acharam nada. Tinha um tênis de Felipe no fundo e ele perguntou de quem era. Ele pediu uma foto de Felipe e eu dei. Mais na frente, fomos comprar cola no material de construção. Lá, os PMs vieram de novo e tomaram nossos celulares. Ainda falei que eles não podiam fazer isso. Eles, de novo, revistaram tudo. Foram os quatro PMs. Abriram porta, mala e revistaram o tapete", frisou.
OPERAÇÃO NA POUSADA E DROGAS
Ainda na versão da namorada de Felipe, foi logo depois da segunda abordagem que os policiais foram informados sobre a situação na pousada Paraíso Perdido. "Do nada, o rádio da pousada tocou. Eles devolveram nossos celulares. Eu e Adrian fomos para a pousada achando que tinha acontecido algo lá", acrescentou.
Após o tiroteio, a PM contou que as duas estavam com um quilo de cocaína e, por isso, foram encaminhadas para a Delegacia de Santo Antônio de Jesus. Laylla garantiu que ela e a amiga foram levadas a bordo da Toro.
"Quem vai viajar para lazer e levar 400 gramas de cocaína? Eu falava que o carro tinha sido revistado duas vezes. Essa droga só tinha aparecido na delegacia. A droga surgiu na delegacia. A pousada diz que as mortes deles foram na praia e eles não estavam sujos de areia. A juíza soltou a gente exatamente por isso. Não tínhamos drogas", garantiu.
Laylla, que já havia falado sobre o tema dias depois do caso, sustentou, de novo, que o namorado não tinha envolvimento com o tráfico de drogas.
"Felipe não era procurado. A gente quer entender o que aconteceu na pousada. A versão da polícia é que os dois, ao avistarem a PM, que não foi a PM, eles trocaram tiros. Quero entender o motivo disso tudo pois Felipe é inocente e não respondia por tráfico. Não era bandido".
Apuração do Aratu On, porém, mostra que o suspeito já havia sido preso no bairro de Brasília, em Feira de Santana, a 109 km de Salvador. Na oportunidade, os agentes informaram que ele estava portando um revólver calibre 38, um "triturador de maconha" e duas porções da droga, além de cheques, um Iphone e R$ 2.097.
Aratu
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