O pré-candidato Ciro Gomes (PDT) condenou, neste sábado (23), o adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ainda não se manifestou publicamente sobre o perdão do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). Segundo Ciro, Lula, líder das pesquisas presidenciais, pode estar ‘achando que não deve satisfações’ ou pretende usar do mesmo instrumento para ‘indultar’ aliados.
“O fato de Lula não ter condenado o decreto escandaloso de Bolsonaro só pode dever-se a duas razões. Ambas extremamente condenáveis. Primeiro, ele já se julgar eleito, e achar que não deve satisfação a ninguém, nem às instituições.”
“Segundo, pretender usar, se eleito, do mesmo expediente de Bolsonaro para indultar dezenas de companheiros íntimos que ainda têm contas a pagar à justiça. Seria uma lista assombrosa em quantidade e má qualidade”, criticou Ciro, em post nas redes sociais.
O pedetista, por fim, ainda disse que Lula não foi solidário com o Supremo Tribunal Federal. “De forma imediata – e bem colateral – é espantosa a falta de solidariedade dele ao STF, a quem tanto deve. Ou seja: é o velho Lula de sempre, que só pensa em si mesmo e em sua curriola. Lula e Bolsonaro: tão diferentes, tão iguais. Acorda, Brasil!”
Outro lado
Em resposta, a assessoria de Luiz Inácio Lula da Silva disse que não se manifestaria sobre os comentários de Ciro, mas acrescenta que “Lula governou por dois mandatos e nunca usou esse instrumento”.
PT e PDT entram com ações contra decreto
Tanto o PT quanto o PDT, partidos de Lula e Ciro, ingressaram com ações que condenam o decreto de Bolsonaro que concedeu perdão a Silveira. O PT apresentou pedido para entrar como amicus curiae (“amigo da Corte”) numa Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental protocolada pela Rede Sustentabilidade no Supremo Tribunal Federal. Na ADPF, a Rede pede a suspensão do decreto de Bolsonaro.
Segundo o PT, “não há dúvidas a respeito do desvio de finalidade, uma vez que o Presidente da República ultrapassou os limites de seu cargo para proteger um aliado e apoiador político”. O partido sustenta que o decreto presidencial “afrontou ao princípio da separação dos Poderes; violou os princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa; e incorreu em desvio de finalidade e violação ao princípio dos motivos determinantes”.
CNN
0 Comentários