A decisão da Polícia Civil foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (7). Horas após o comunicado, o órgão afirmou que, mesmo com a mudança, o delegado vai continuar responsável pelas investigações dos casos.
De acordo com o Diário Oficial, o delegado a Cristóvão Eder Maia de Oliveira, da Delegacia Territorial (DT) de Cruz das Almas vai atuar em Jaguaripe.
A Polícia Civil da Bahia informou que a transferência de delegados, escrivães e investigadores é procedimento de praxe e ocorre regularmente, de forma transparente e pública, por meio do Diário Oficial do Estado, de acordo com os critérios internos da Instituição.
Segundo a polícia, a alteração na Delegacia Territorial (DT) de Jaguaripe foi apenas uma das mudanças realizadas neste mês. O órgão explicou que a transferência do servidor já havia sido solicitada antes da atual investigação - não tendo, portanto, nenhuma relação com ela.
Rafael Magalhães contou que descobriu a transferência após ouvir a amiga da esposa de Leandro Troesch, Maqueila Santos Bastos, presa em Salvador, nesta quinta-feira.
“Tenho quase 30 anos de Polícia Civil, acho um absurdo, uma falta de respeito ter me transferido assim, a toque de caixa sem ao menos um fundamento para fazer”, disse o delegado.
O delegado informou que vai entrar com um mandado de segurança para que a decisão seja revertida.
“Meu advogado vai entrar com um mandado de segurança porque é inadmissível isso. Uma coisa que eu estou fazendo um trabalho muito bem feito e infelizmente aconteceu esse episódio”.
Maqueila
Maqueila Bastos chega a Salvador; mulher é investigada por morte de empresário em pousada
Maqueila chegou a Salvador no começo da tarde de terça-feira (5). Ela estava presa em Aracaju (SE) desde o dia 24 de março.
Inicialmente, ela foi levada para o Instituto Médico Legal, onde passou por exames de corpo de delito e depois, foi encaminhada para a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca). O local foi escolhido porque possui carceragem para mulheres.
Maqueila Bastos chega a Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia
Maqueila Bastos, suspeita no caso Paraíso Perdido, é transferida de delegacia em Sergipe
Ela teve a prisão temporária decretada no dia 14 de março. A suspeita respondia em liberdade a processos por estelionato e fez amizade com Shirley da Silva Figueiredo, esposa de Leandro, durante a prisão em 2021. Ao ser liberada pela Justiça, ela trabalhou na pousada Paraíso Perdido, a qual o empresário era dono.
Investigada por morte de empresário em pousada de luxo, Maqueila Bastos deixa SE e é transferida para BA — Foto: Anderson Barbosa/TV Sergipe
Conforme informou o delegado Rafael Magalhães, Leandro Troesch não aprovava a amizade entre Shirley e Maqueila.
O empresário estava em prisão domiciliar na pousada pelo crime de sequestro e extorsão em 2001. Shirley da Silva Figueiredo também estava em prisão domiciliar, pelo mesmo crime.
De acordo com o delegado, após a Justiça determinar a soltura das duas mulheres, Shriley empregou Maqueila na pousada do marido. Quando Leandro foi solto, ele não gostou de saber da contratação da ex-presidiária e pediu para que a esposa demitisse Maqueila.
Leandro foi encontrado morto no mês de fevereiro, em um dos quartos da pousada. Shirley da Silva Figueiredo também é investigada pela morte do marido porque foi a única pessoa que estava próxima do empresário quando ele morreu. Ela teve prisão decretada no mesmo dia que Maqueila.
Além disso, Shirley fugiu da pousada durante as investigações da morte do marido. Por causa disso, ela passou a ser considerada foragida da Justiça, já que não poderia deixar o local sem se comunicar.
Investigada por morte de empresário em pousada de luxo, Maqueila Bastos deixa SE e é transferida para BA — Foto: Anderson Barbosa/TV Sergipe
O advogado de defesa de Maqueila, Paulo Pires, nega participação dela na morte de Leandro.
Além da morte de Leandro, a polícia investiga se Maqueila teve participação na morte de Marcel da Silva Vieira, conhecido como Billy. Ele era funcionário de Leandro e, considerado pela polícia, testemunha chave para esclarecer as circunstâncias da morte do empresário.
Suspeito preso na segunda-feira
Quinto suspeito de matar funcionário de pousada é preso em Ipiaú, no sul da Bahia
Na segunda-feira (4), um homem foi preso por suspeita de envolvimento na morte de Marcel da Silva Vieira, conhecido como "Billy". Ele foi detido na cidade de Ipiaú, na região sul.
Marcel Vieira, o Billy, funcionário do empresário achado morto em pousada na Bahia — Foto: Reprodução
O suspeito é Joelton Santos Santana. Ele havia confessado o crime à irmã, antes de fugir. O inquérito da morte de Marcel foi concluído e encaminhado à Justiça no dia 29 de março. Cinco pessoas foram indiciadas pelo crime, mas identificação dos suspeitos não foi divulgada por causa da Lei de Abuso de Autoridade.
Ao todo, quatro pessoas já foram presas e um adolescente foi apreendido por envolvimento nas mortes de Marcel e de Leandro Troesch, dono da pousada "Paraíso Perdido". Entre as prisões está a de Maqueila Bastos.
Além dela, uma outra suspeita de envolvimento na morte do funcionário foi presa. De acordo com a Polícia Civil, a mulher, identificada como Jania dos Santos Santana, tinha um envolvimento afetivo com Marcel. A suspeita é que ela tenha atraído ele para que o crime fosse cometido.
Também já foi preso um homem identificado como Alan. Shirley, que é considerada foragida da Justiça, ainda não foi encontrada.
Entenda o caso
Amiga da esposa de empresário encontrado morto em pousada de luxo na Bahia é presa em Sergipe — Foto: montagem
Leandro Troesch, dono da pousada Paraíso Perdido, foi encontrado morto dentro de um dos quartos do estabelecimento, com marca de tiro na cabeça, em 25 de fevereiro deste ano.
Até o momento, o crime está cercado de mistérios. O empresário já havia sido preso e condenado a 14 anos de prisão por crimes de sequestro e extorsão cometido em 2001. Em 2022, ele estava em prisão domiciliar na pousada.
A viúva, Shirley da Silva Figueiredo, disse à polícia que estava no banheiro e somente ouviu o barulho do tiro.
Dias depois da morte de Leandro, no início de março, Marcel da Silva Vieira, conhecido como Billy, que era o "braço direito" do empresário, foi assassinado a tiros e tinha marca de golpes de faca no corpo.
Ele era uma testemunha fundamental na investigação. Marcel, que tinha envolvimento com drogas, foi morto no dia 6 de março, às vésperas de ser ouvido pela polícia, no distrito de Camassandi, que também fica em Jaguaripe.
O homem, que era funcionário de confiança de Leandro, prestou depoimento logo após a morte do empresário, mas seria ouvido, mais uma vez, um dia depois de ser assassinado.
O delegado Rafael Magalhães afirmou que o cofre da pousada foi esvaziado e que o local do crime foi alterado, após a morte do empresário Leandro Troesch.
G1
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