O pastor Silas Malafaia afirmou que está "terrivelmente decepcionado com
o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), por ter
dado um dos votos que condenou o deputado federal Daniel Silveira
(PTB-RJ) a 8 anos e 9 meses de prisão por atacar a democracia e incitar
ataques contra integrantes da Corte.
Em vídeo publicado no
YouTube, Malafaia disse que Mendonça "envergonha o povo evangélico".
"Terrivelmente decepcionado com o ministro André Mendonça, que se rende
ao ditador da toga e envergonha o povo evangélico. ... Você foi chamado
para cumprir a Constituição (caput do art 53 da CF), não tem saída nem
para você e os outros 9 ministros do STF. VERGONHA TOTAL!", criticou
Malafaia no vídeo e em postagem no Twitter.
Ele também
concentrou ataques no ministro Alexandre de Moraes, relator do processo
contra Silveira. O pastor disse que Moraes lidera uma "ditadura da toga"
e chamou o ministro de "cretino e desgraçado". Ele ainda acusou o STF
de fazer um "tribunal de exceção" e classificou a condenação como
inescrupulosa.
"Nós não temos um Supremo Tribunal Federal. Temos
um tribunal de exceção, comandado por Alexandre de Moraes, que coloca 9
ministros de joelho, rasgando sistematicamente a Constituição
brasileira. Ditador cretino, desgraçado. Condenação inescrupulosa, que
mancha o Judiciário brasileiro... Vocês livraram Lula, que comandou o
maior esquema de corrupção da história política do Brasil. Que
vergonha!", afirmou, em tom de revolta.
Malafaia foi um dos
principais defensores da indicação de Mendonça ao STF, após Bolsonaro
prometer que colocaria na Corte um "ministro terrivelmente evangélico".
Também indicado por Bolsonaro, Kassio Nunes Marques recebeu elogios do
líder religioso por ter sido o único a votar pela absolvição de
Silveira. "Parabéns ministro Kassio Nunes, terrivelmente você me
representa", disse.
Após cobranças de bolsonaristas, o ministro
foi às redes sociais hoje justificar o voto. Mendonça defendeu que ele,
"como cristão," não poderia "endossar comportamentos que incitam atos de
violência contra pessoas".
O pastor também não poupou os
presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira (PP-AL), chamando-os de "covardes e frouxos".
Por 10 votos a 1, o STF condenou Silveira a 8 anos e 9 meses de prisão,
além de multa no valor de R$ 192,5 mil, por incitar agressões a
ministros da Corte e atacar a democracia, defendendo em vídeos, o
fechamento da instituição. A maioria do STF entendeu que a conduta do
deputado foi criminosa e não estava protegida pela imunidade
parlamentar.
Correio 24 Horas
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