Após a oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) protocolar, na última terça-feira (27/4), um pedido de abertura de uma CPI para investigar o caso dos respiradores não entregues ao estado, o governador Rui Costa (PT) contra-atacou e pediu que haja apuração da gestão do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (UB).
O petista disse que apoia a formação do colegiado no Legislativo estadual, mas pediu que a investigação sobre a atuação do Estado na gestão da pandemia se estenda aos Executivos municipais.
“Vamos apurar também os contratos feitos pelas Prefeituras? Como a Prefeitura de Salvador e outras Prefeituras que pagaram quase o dobro do que o Estado pagou nos contratos de prestação de serviço. Quem eram os fornecedores? Quem eram os prestadores de serviço que fizeram o serviço para a Prefeitura de Salvador na época do ex-prefeito [ACM Neto]? Quanto mais apuração, mais transparência. Vamos apurar quem montou aquele hospital de campanha na Avenida Paralela?”, alfinetou o governador, em entrevista à Rádio Juazeiro FM.
Rui ainda reafirmou que não tem “nenhum temor” em relação a CPI dos respiradores. “Não tem nenhum ser humano que queira que essa apuração chegue a conclusão mais do que eu, e que os culpados sejam novamente presos. Faço questão de repetir que nós denunciamos e a polícia civil da Bahia prendeu (os suspeitos), com autorização judicial.[…] Gostaria de saber porque o Ministério Público da Bahia optou por soltar os criminosos”, afirmou.
Na última terça, o assunto voltou à tona após a deflagração da Operação Cianose, que promoveu mandados de busca e apreensão nas casas do ex-secretário Bruno Dauster (Casa Civil) e dos empresários Cleber Isaac e Carlos Kerbes, que teriam agido de maneira irregular na contratação dos 300 ventiladores a custo de R$ 48 milhões ao Consórcio Nordeste.
Depois dos mandados executados pela força-tarefa, a revista Veja publicou uma reportagem em que divulga um depoimento de Rui à Polícia Federal. Questionado pela delegada federal Luciana Caires a respeito da contratação da Hempcare, microempresa de importação de produtos à base de maconha, ele justificou que um dos motivos dele ter autorizado a contratação da empresa deveu-se à sua falta de domínio com a língua inglesa - no inglês, hemp significa maconha, e care, cuidado.
Em 2020, o Ministério Público Federal (MPF) também colocou sob foco o hospital de campanha do Wet, citado por Rui na entrevista. Na ocasião, o parquer instaurou inquérito para apurar supostas irregularidades na unidade de saúde. O contrato, à época, foi celebrado entre a prefeitura de Salvador e Associação Saúde em Movimento (ASM).
Aratu On
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