Grávida, suspeita de matar companheiro relata agressões e diz que agiu em legítima defesa na BA: 'instinto de mãe'

Grávida, suspeita de matar companheiro relata agressões e diz que agiu em legítima defesa  — Foto: Reprodução/TV Bahia

A mulher que matou o companheiro com um golpe de faca, ao se defender de agressões, no bairro de Tancredo Neves, em Salvador, contou à TV Bahia, nesta quinta-feira (19), que agiu em legítima defesa para proteger o filho. A consultora de vendas Josicleia Fonseca está grávida de cinco meses.

O caso aconteceu na madrugada de segunda-feira (16) e a mulher foi solta na terça (17) após audiência de custódia. A mulher conta que o casal discutiu após chegar de uma festa, no bairro de Tancredo Neves.

"Eu falei que queria ir para casa. Ele acabou indo, aí no meio do caminho ele disse: 'Não me fala nada não. Se você me falar alguma coisa, você vai ver", já se transformando o comportamento, com bebida na mente", disse.

Josicleia Fonseca contou que foi agredida, encurralada e ficou com vários hematomas depois que comentou com Lucas que ele estava com uma crise de abstinência.

"Por estar grávida do meu primeiro filho, eu só pensava em proteger minha barriga, me proteger. Foi em cima de mim, me machucou, me jogou no chão. Ele estava transtornado, estava outra pessoa", relatou.

"Então poderia ter acontecido alguma coisa comigo. Eu poderia ter perdido meu filho, poderia ter morrido, porque ele foi muito violento. Eu não reconheci ele", concluiu.

A mulher afirma que não teve a intenção de atingir o companheiro e que ele foi esfaqueado quando ela tentou se defender uma agressão no rosto.

"O instituto de mãe para tentar se proteger. Eu ia fazer o que gente? Eu ia esperar ele me matar ou dar um jeito de bater nele ou fazer alguma coisa para ele sair de cima de mim? Poderia ser ao contrario e a minha família estar chorando agora".

Depois de ser golpeado, ele foi socorrido para o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade.

O corpo dele foi sepultado no final de terça-feira, no Cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas. O caso segue sob investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Mudanças de comportamento

Josicleia estava grávida de cinco meses — Foto: Reprodução/TV Bahia

Ela contou que tinha uma boa relação com o companheiro, Lucas Santos de Souza, de 26 anos, mas ele mudava o comportamento nos finais de semanas após ingerir bebidas alcoólicas.

"Minha relação com Lucas durante a semana, de segunda a quinta, era uma relação boa, mas quando chegava no final de semana que ele queria beber, eu acabei descobrindo que ele usava drogas e ficava nervoso", contou a mulher.

Josicleia afirmou que se sentiu mal e precisou ser atendida na emergência de um hospital, no sábado (14), após ser tratada com grosserias pelo companheiro. No domingo (15), o casal se reconciliou.

"A gente sentou para conversar e eu pedi: 'Filho vai começar tudo de novo? A gente não tinha conversado antes? Temos um filho agora'. Ele me pediu perdão, disse "me desculpe", disse que estava nervoso. Até aí tudo bem. Depois fomos para a casa da mãe dele. Lá ele subiu, disse que ia ali e eu fiquei com a mãe dele", relembrou.

Antes da briga que terminou com a morte de Lucas, o casal foi em uma festa, no bairro Tancredo Neves. Josicleia afirma que o companheiro estava feliz e até dançava no local, mas após algumas idas ao banheiro, mostrou mudança no comportamento.

"Ele encontrou umas amizades, e ele ia no banheiro e voltava. Eu não sei, mas acredito que ele tenha usado alguma coisa que fez ele transformar o comportamento", afirmou.

Horas depois, os dois voltaram para casa onde moravam e começou a discussão. 

G1

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