Por Tamara Leal
Fundada em 2004, a Cooperativa de Produção Agropecuária de Giló e Região (Coopag), com sede no município de Várzea Nova, Centro-Norte baiano, surgiu da união de 13 produtores de leite – parte de uma associação comunitária do Povoado de Giló -, que sonhavam em alavancar a economia regional por meio da expansão e profissionalização da produção de leite.
Passados 17 anos, a Coopag conta hoje com 218 cooperados ativos e captação de leite nos municípios de Várzea Nova, Jacobina, Miguel Calmon, Piritiba, Tapiramutá e Morro do Chapéu. Diariamente são processados 15,5 mil litros de leite, o que corresponde a uma produção mensal de 146,5 toneladas de produtos. A cooperativa produz iogurte, bebida láctea, queijo muçarela, coalho, ricota e minas frescal, manteiga e leite pasteurizado.
De acordo com Fred Jordão, gerente Comercial da Coopag, os avanços só foram possíveis graças à confiança dos cooperados no agronegócio, o foco na gestão, às parcerias e muito trabalho. “Dentre as decisões mais acertadas estão a tomada de empréstimo para a aquisição de equipamentos de processamento de leite, efetivação de parcerias e a busca pelo apoio do Sebrae, que sempre esteve presente nas melhorias implantadas na cooperativa”.
Entre as soluções efetivadas junto ao Sebrae, estão: Presença Financeira Agroindústria; Planejamento e Controle de Produção; Boas Práticas de Higiene e Segurança dos Alimentos; e Mede Agroindústria Parceiros. A parceria com a Coopag segue em andamento com consultoria de gestão e acompanhamento e Adequação às Normas da ABNT NBR ISO, para o laboratório, em processos de contratação. Também foram viabilizadas ações por meio da por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional da Bahia (CAR).
“Com a elaboração do plano de negócios (Mede) foi possível a captação de recursos para expansão dos negócios, implantação de indicadores de desempenho, análise econômica e financeira, além do acompanhamento da gestão. Fizemos o planejamento da produção com base na média de vendas, implantamos os controles nas boas práticas e atualização dos manuais de procedimentos e de um sistema de gestão integrada”, pontuou Fred Jordão.
Para o gerente do Sebrae em Jacobina, Geronilson Ferreira, perceber a evolução da Coopag remete a oportunidade que a cooperativa proporcionou em discutir com o Sebrae um planejamento de intervenções e soluções. “A Coopag nos motiva, ainda mais, ao cumprimento da missão do Sebrae que é o de promover a competitividade e fomentar o empreendedorismo, neste caso, em uma agroindústria referência no âmbito estadual e nacional”, ressaltou.
Geronilson observou a importância da Coopag e acrescentou: “Há inúmeras possibilidades de soluções do Sebrae que certamente contribuirão com a manutenção e a geração de ocupação e renda, fazendo com que as comunidades no entorno do Povoado do Jiló entendam a importância do quando é possível se desafiar. Todos que fazem a Coopag foram desafiados e materializaram um sonho e hoje temos e vemos, cravada no Sertão baiano, uma estrutura grandiosa e imponente, não só fisicamente, mas na qualidade de produtos, fluxos e processos. Fato que incentiva jovens a se manterem instalados, com muito orgulho, naquela comunidade”.
Como gerir também é planejar o futuro, a Coopag já pensa em participar de soluções do Sebrae para se adequar ao ISO-IEC17025/2018 – Gestão da Qualidade,além de consultorias para o acompanhamento da gestão e desempenho econômico da cooperativa, com controle de estoque, por exemplo.
Parcerias
Em busca de ampliar as oportunidades, a Coopag firmou parcerias com a BahiaFrut, empresa que comercializa frutas, e a Cooperativa de Produção Agropecuária de Lagoa de Dentro e Região da Serra (Coopal), que comercializa verduras, hortaliças e polpas de frutas. Juntas, Coopag, Coopal e BahiFrut fornecem os seus produtos para 88 municípios baianos. Entre os principais clientes estão prefeituras (merenda escolar), atacadistas e varejistas de alimentos e o governo do estado.
A BahiaFrut também é responsável pela gestão das cooperativas. A parceria vem mudando a história dos cooperados que vivem da fruticultura e da produção do leite em Várzea Nova, além de desenvolver um importante estímulo à plantação e colheita de frutos de árvores nativas da caatinga. É comum observar frutas como umbu e cajá apodrecendo debaixo das árvores sem serem colhidas. Agora, o agricultor sabe que estas frutas também são fontes de renda e o objetivo é não desperdiçá-las.
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