Dois casos de estupidez retumbante no fim da campanha. Primeiro, é o caso de Itajuípe, em que PMs mataram o subtenente Alves, da própria PM, fazendo a segurança de ACM Neto. Outro foi o tiroteio anteontem em Fazenda Coutos II, onde uma bala perdida pegou um cidadão que jogava bola.
São exemplos dramáticos, infelizmente, cada vez mais frequentes, tão repetitivos que parecem estar nascendo de uma sociedade apodrecida pela violência. Veja como os casos acima se encaixam no contexto:
1 — As abordagens policiais têm sido motivos de muitas tragédias, especialmente nas áreas da periferia. Quase sempre a versão é a mesma, a PM foi recebida a bala. Itajuípe é um exemplo catastrófico.
2 — As tais das balas perdidas estão fazendo vítimas por minuto, de ponta a ponta. Como dizia Arnaldo Jabor: ‘Bala perdida uma ova! Perdidos estamos nós!’.
Sem debate —Tais circunstâncias indicam que está passando da hora da representação política atinar. Se o rumo é a construção de uma sociedade mais justa, harmoniosa, bem mais civilidade que brutalidade, a sensação é a de que estamos caminhando para trás.
O tecido social está apodrecido e ao invés de tranquilidade, a insegurança em completo desapreço pelo bem maior, a vida.
A campanha eleitoral 2022 chegou ao fim e mais uma vez, também infelizmente, nada se viu no rumo de uma discussão séria sobre o assunto. Repetindo, está passando da hora.
De caneta e papel nas mãos, deputados fazem contas
Deputados baianos, estaduais e federais, estão de olho ligado nos cadernos de anotações e nas urnas.
Em 2018, teve 6.868.013 de votos válidos para federal, o que definiu um quórum de 176.102 votos para cada eleito. Só Sargento Isidório (Avante), com 323.264 votos, e Otto Filho (PSD), com 185.428, atingiram o índice. Os menos votados foram Tito (Avante), com 48.899 e Raimundo Costa (Pode), o homem da pesca, com 38.829. Dos 39 eleitos no pleito passado, 38 tentam a reeleição. Só João Roma, agora candidato ao governo, não está no páreo.
Já entre os estaduais os votos válidos foram 6.971.544. Quer dizer que cada eleito tinha que ter 110.659. Só João Isidório (Avante), o filho de Isidório que faleceu, chegou pertinho, com 110.540.
Os complementos antes vinham das coligações. Este é dos próprios partidos.
Na Alba, uns 38% vão sobrar
Em 2018 o índice de renovação na Alba foi de 38%. Dos 63, se reelegeram 39, os outros 24, os novatos.
Lá se diz que espera-se que este ano a média histórica, que oscila entre 38 e 42%, vai se repetir. Aliás, o jornalista Paulo Bina, piloto da Assessoria de Imprensa da Alba e um dos decanos da imprensa na casa, diz que é isso aí mesmo.
— É sempre assim. Aqui, nunca a maioria perdeu.
Olívia, primeira deputada negra, quer repetir a dose
A deputada Olívia Santana (PCdoB) sempre disse que gostaria de ser protagonista de fato comum, mas querendo ou não, é exceção na história: simplesmente é a primeira negra a ocupar vaga de deputada estadual em um estado em que mais de 81% da população é considerada negra. Nessas eleições, entre o Senado, Câmara e Assembleia Legislativa, há 15 candidaturas ligadas ao movimento negro, como o deputado federal Valmir Assunção (PT) e os vereadores em Salvador Sílvio Humberto (PSB), candidato a estadual, e Marta Rodrigues (PT), irmã de Jerônimo, a federal. Olívia sintetiza o momento:
A Tarde
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