A Polícia Civil prendeu Eliara Paz Nardes, 31 anos, acusada de matar os seus dois filhos pequenos, de 3 e 9 anos. Ela também manteve os corpos no apartamento da família por duas semanas, em Guarapuava (PR). A delegada Ana Hass descreveu a mulher como uma pessoa “vaidosa” e demonstrava “frieza”.
Eliara residia em Guarapuava havia pelo menos cinco meses. Antes, ela morou em diversas outras cidades de Santa Catarina, seu estado de origem.
A mulher era solteira e residia apenas com os dois filhos, que são frutos de relacionamentos diferentes. Tanto o pai da menina, de 9 anos, quanto o do menino, 3, moram em Itajaí (SC).
“Ela deixou alguns manuscritos em que dizia que sempre foi muito sozinha, que não aguentava mais e que tudo teria dado certo na vida dela até o nascimento da criança mais nova, o menino. Ela também reclamava que o pai dele não era mais presente e não estava auxiliando. Tudo isso indica que ela estava estudando formas de se defender e justificar o que fez”, informou a delegada.
Procurado, o pai do menino preferiu não se pronunciar sobre o caso.
Eliara atuava como agente de créditos consignados e trabalhava em casa. Ela continuou realizando o seu serviço mesmo após o assassinato das duas crianças.
“Ela tinha até então uma vida normal e trabalhava normalmente neste período que já tinha matado as crianças, além de estar preparando a sua versão pelos crimes e formas de se livrar desses corpos que permaneceram no local em torno de 15 dias”, disse a delegada.
“Ela assume (o crime), mas diz que não era ela, terceiriza a culpa, como se tivesse feito isso em razão de algo. Ela fala muito dela, é um discurso muito egoístico. A própria versão tem presença de dissonâncias e alguns fatos ela esconde para atenuar o que fez”, completou.
Uma das contradições da fala de Eliara é a data em que os assassinatos ocorreram. Segundo ela, os dois filhos foram mortos no mesmo dia. Mas provas iniciais apontam que o menino foi o primeiro a ser morto, por conta do estado avançado de decomposição. Já a menina morreu quatro dias depois.
Após ser detida, Eliara foi levada para a cadeia de Guarapuava.
Porém, por questão de segurança, precisou ser transferida para outra
penitenciária. O novo local não foi divulgado.
Como ainda não possui uma defesa, a Defensoria Pública do Paraná
informou que, por regra, só pode atuar na fase processual, não durante o
inquérito policial. Até o momento, nenhum defensor foi nomeado para o
caso. Outra alternativa seria um juiz apontar um advogado dativo, o que
ainda não aconteceu.
A Polícia Civil estipula que o inquérito deve ser concluído na próxima segunda-feira (5). Até lá outras testemunhas serão ouvidas.
Informe Baiano
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