Proteção do STF no 7 de Setembro inclui efetivo ampliado, bloqueios e veto a caminhões

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Alvo de constantes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL), o STF (Supremo Tribunal Federal) terá segurança reforçada em relação ao ano passado para os eventos do 7 de Setembro, quando são esperados atos de teor golpista incentivados pelo mandatário.

Para os prédios e o entorno do Supremo, a previsão é de que na quarta-feira (7) haja um efetivo maior do que em 2021. Os números a respeito desse efetivo, porém, têm ficado sob sigilo.

Além de agentes da Polícia Judicial do próprio Supremo, haverá proteção da área por servidores de outros tribunais, como STJ (Superior Tribunal de Justiça), TRT (Tribunal Regional do Trabalho), TRF (Tribunal Regional Federal) e Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Esses servidores podem, desde que habilitados, usar qualquer tipo de arma, desde equipamentos não letais (como spray de pimenta e arma de choque) até pistolas e armas longas.

A Polícia Militar também deixará um grupo da tropa de choque ao lado do STF. Haverá, ainda, funcionários terceirizados da segurança da corte suprema.

A segurança da região da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes tem sido avaliada em conjunto por equipes do Supremo, do Congresso e da Secretaria de Segurança Pública do DF.

O acordo é que as vias serão fechadas a partir da segunda-feira (5). Caminhões ficarão proibidos em todo o Plano Piloto de Brasília, exceto se comprovarem que estão em serviço.

Já carros de som poderão entrar na Esplanada dos Ministérios, mas ficarão isolados das sedes dos Poderes – terão que parar antes do Itamaraty. Manifestantes também não poderão passar desse perímetro.

A expectativa é de que as manifestações atraiam grande público a Brasília, com 100% de ocupação da rede hoteleira. Carros comuns, porém, serão bloqueados a partir da Rodoviária, a 3 km de distância do Supremo.

Haverá, ainda, bloqueios feitos com blocos de concreto e caminhões barreira. O Supremo terá, ainda, barreira antidrone.

Os ministros serão acompanhados por seguranças da Polícia Judicial, mas não será informado o paradeiro de cada um. No dia 8, porém, haverá sessão presencial da corte.

A maior preocupação de equipes de segurança não é com a invasão do tribunal, mas com possíveis atos isolados que tentem furar bloqueio e chegar perto.

No ano passado, na noite anterior ao 7 de Setembro, caminhões e ônibus derrubaram duas barreiras montadas pela PM e invadiram a Esplanada.

Alguns policiais se infiltraram nas manifestações, nas redondezas do tribunal, para monitorar o clima e evitar invasões. Estavam à paisana, usando a camisa da seleção brasileira.

No dia da Independência, Bolsonaro fez ameaças golpistas contra o STF diante de milhares de apoiadores em Brasília e São Paulo, exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairia morto da Presidência da República.

Na Esplanada dos Ministérios, ele ainda dirigiu ameaça direta a Fux. “Ou o chefe desse Poder [Fux] enquadra o seu [ministro] ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”, disse, referindo-se a decisões de Moraes contra bolsonaristas.

Já no dia seguinte à comemoração da Independência, mais de cem caminhões ocuparam a Esplanada dos Ministérios, sendo usados para pressionar pela derrubada dos bloqueios que davam acesso ao STF e ao Congresso.

Nesse dia, o presidente da corte, Luiz Fux, teve em sua escolta pessoal três integrantes do COT (Comando de Operações Táticas), a elite da PF. Após o episódio, o delegado que comandava o COT teve que deixar o cargo.

Em nota sobre a organização da segurança para o Sete de Setembro, o Supremo afirma que os agentes que reforçarão a segurança “têm poder de polícia no exercício de suas funções, portam armas de fogo e equipamentos não-letais, e conforme a situação poderão adotar as medidas necessárias –sempre com uso seletivo e proporcional da força”.

“A Secretaria de Segurança do STF realizou ao longo dos últimos meses ações especializadas para identificar, avaliar e acompanhar ameaças reais ou potenciais e, com base no resultado dessas análises, definiu os riscos existentes e planejou ações que reduzam ou neutralizem esses riscos, sempre buscando atuar preventivamente”, diz a nota.

“Todo o esquema de segurança pública na Esplanada dos Ministérios, envolvendo desfile e manifestações, foi definido pelas autoridades locais, com apoio do STF e outros órgãos públicos.”

José Marques, Folhapress

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