Empresas listadas na B3 (na imagem, o logo da fachada do
prédio) eram avaliadas em US$ 786,5 bilhões na 6ª feira (30.set.2022);
subiram para US$ 860,1 bilhões nesta 2ª feira (3.out.2022)
Hamilton Ferrari e
Douglas Rodrigues
03.out.2022 (segunda-feira) - 20h45
As empresas listadas na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) se valorizaram US$ 73,6 bilhões de 6ª feira (30.set.2022) para esta 2ª feira (3.out.2022). Eram avaliadas em US$ 786,5 bilhões e subiram para US$ 860,1 bilhões.
O levantamento foi feito pelo analistas Einar Rivero, da TradeMap.
O motivo para o crescimento no valor de mercado se deve ao resultado do 1º turno das eleições de 2022. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) se enfrentarão no 2º turno. No entanto, o bom desempenho do bolsonarismo (leia análise aqui) nas urnas pode ser um indicativo, ainda que tudo esteja incerto, de que o atual chefe do Executivo pode prosperar sobre o petista em 30 de outubro de 2022.
O mercado de ações do Brasil teve a maior alta desde 6 de abril de 2020, quando subiu 6,52% porque os investidores especulavam os impactos da pandemia de covid-19 na economia.
Essa valorização abrupta das ações na B3 equivale ao seguinte:
- Auxílio Brasil de R$ 600 – custo anual de R$ 157,7 bilhões. Ou seja, os US$ 73,6 bilhões transformados em reais serviriam para pagar esse benefício por 2 anos e 4 meses;
- emendas de relator – o chamado “orçamento secreto”, que não é secreto, equivale a R$ 19,4 bilhões em 2023. O dinheiro da valorização da B3 de 6ª feira (30.set.2022) para cá daria para pagar 19 anos e meio dessa farra de deputados e senadores.
O índice fechou aos 116.134 pontos, com expansão de 5,54%. O patamar não era atingido desde 14 de abril de 2022. A alta nos mercados do exterior também contribuiu para a melhora do desempenho da Bolsa nesta 2ª feira (3.out.2022).
Além da valorização dos ativos, as empresas ficaram mais caras por causa da valorização do real em relação ao dólar. A cotação da moeda norte-americana caiu 4,09%, de R$ 5,40 para R$ 5,17. Essa foi a maior queda desde junho de 2018.
CANDIDATO DO MERCADO
Lula não é o candidato favorito do mercado financeiro. A ida de Jair Bolsonaro ao 2º turno e, mais importante, a competitividade do atual chefe do Executivo em relação ao ex-presidente, é vista como um bom sinal para investimentos. O entendimento é que um 2º mandato de Bolsonaro representaria o avanço nas pautas liberais de privatização e outras reformas para reduzir o tamanho do Estado na economia.
Além da possibilidade de virada do candidato do PL, a formação da Câmara dos Deputados com mais nomes de direita exigiria de um eventual governo Lula uma gestão mais de centro para ter governabilidade. É um sinal de que mais reformas poderiam ser aprovadas.
Agora, os analistas econômicos focam em entender como será a campanha no 2º turno.
Se a eleição tiver muitas promessas de aumento de gastos que não estão no Orçamento, pode haver maior risco para o preço dos ativos. Ou seja, esse bom humor de curto prazo do mercado pode se desvanecer.
Caso contrário, a tendência de alta prossegue.
Fonte:O Poder 360
0 Comentários