Manoel Moreno, o Henry, pedreiro, nascido e criado em São Cristóvão, até adotar a Boca do Rio há mais de 15 anos, faz uma boa pergunta: essa dobradinha de Lula e Alckmin não seria a consagração da descaração que a política parece ser?
Henry, prezado. Comece pondo os pingos nos is: adversário é uma coisa, inimigo, outra; como criticar é uma coisa e xingar, outra; e divergir é uma coisa, odiar é outra.
Atribuem a Caetano Veloso uma frase lapidar: “Detesto radicalismos. E para não dizer que não sou radical em nada, sou radicalmente contra os radicais”.
Lero-lero —Ademais, a literatura política é farta em exemplos de velhos adversários que viraram novos aliados e vice-versa. Lula e Alckmin são do tempo em que a polarização era entre tucanos e petistas, algo que durou 25 anos, até 2018, quando Bolsonaro entrou em cena e destronou o tucanato. Veja que em 2018 Lula estava preso e Alckmin, candidato a presidente, tinha todo o Centrão (DEM, PP, PR, PRB e SD).
O PT botou o pé na estrada com Fernando Haddad, o agora futuro ministro da Fazenda e Alckmin emperrou nas pesquisas, bateu em Bolsonaro, bateu no PT, não colou. Os bolsonaristas roubaram o posto do tucanato e inaugurou um tempo novo, o ódio como bandeira.
Henry, prezado, no jogo político clássico, quem é do meu lado é santo, quem é contra é o diabo, quem vem de lá para cá é regenerado e quem vai de cá para lá é degenerado. Esse é o enunciado da tal conversa para boi dormir, piorada se o ódio está no tempero. Lula e Alckmin são normais nesse jogo.
Bebeto e Terence, na boca de espera da brecha que não veio
Dizem nas rodinhas de bate-papo político em Ilhéus que o ex-deputado Bebeto Galvão (PSB) desponta no cenário de 2022 como um grande vitorioso que perdeu.
Explicando, Bebeto é o primeiro suplente do senador Jaques Wagner e acalentou, não sem motivos, a expectativas de ganhar quatro anos de mandato no Senado.
Isso aconteceria se Wagner disputasse o governo, como se dizia até o início de março, e vencesse. Não deu por aí, mas no segundo round ainda ficou a esperança de que Wagner se tornasse ministro de Lula. Também perdeu.
Já com Terence Lessa (PT), ex-prefeito de Ibotirama, a situação foi mais amena. Ele é o suplente do senador Otto Alencar (PSD), que chegou também a ser cogitado a tornar-se ministro de Lula. O próprio Otto descarta a ideia. Para a sorte (ou azar) dele.
São Roque pede atenção para a volta do Estaleiro
Prefeito de Maragogipe nos áureos tempos do Estaleiro de São Roque do Paraguaçu, Sílvio Ataliba, que também é petista, diz que como todo mundo ali acredita que a volta aos bons tempos é uma questão de favas contadas, está na hora de se tomar algumas providências bastante objetivas no rumo da retomada.
— Há a expectativa da geração de cinco mil empregos diretos. E acho que está na hora de começarmos a treinar o pessoal.
Diz Ataliba que o impacto direto de São Roque funcionando como deveria atinge toda a banda sul do Recôncavo, abrangendo Cachoeira, São Félix, Muritiba, Salinas, Vera Cruz, Jaguaripe, Aratuípé, Nazaré e Santo Antônio de Jesus.
Política com Vatapá
Impaciência - Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia, ou Dix-Sept Rosado, foi governador do Rio Grande do Norte de janeiro a junho de 1951, hoje é nome de município. Explicando: era de Mossoró, onde foi prefeito, e o pedaço em que ele nasceu virou o município de Governador Dix-Sept Rosado. E foi lá que o médico Adail Vale se elegeu prefeito.
Conta Carlos Santos, que faz o Só Rindo, ‘Política com Vatapá’ portiguar, que lá um dia chegou a ele Luiz Ferreira, figura muito conhecida por botar a palavra ‘merda’ em tudo. Foi avisado que não fizesse isso com Adail.
Luiz foi a Adair levando a mulher. Receita: só tomar cuidado com alimentação.
— Um refrigerantezinho?
— Pode.
— E Coca-Cola?
— Pode.
— E uma Fanta?
— Pode.
— E uma Pepsi?
E Adail, já subindo o tom da voz:
— Amigo, Coca-Cola, Fanta e Pepsi é tudo refrigerante!
E Luiz:
— Merda! Que sujeito mais impaciente!
Fonte:A Tarde
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