Governadora interina do DF articula impeachment de Ibaneis Rocha


O grupo político da governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão (PP), começou a articular, nos bastidores, uma estratégia para abrir um processo de impeachment contra o governador Ibaneis Rocha (MDB). A ideia é manter Celina no comando do governo.

Ibaneis foi afastado por 90 dias pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o magistrado apontar omissão do governador, neste domingo, 8, nos atos extremistas de invasão às sedes dos três Poderes, em Brasília. A crise desencadeou uma articulação para o impeachment de Ibaneis por crime de responsabilidade. O governador afastado afirmou, em nota, que respeita a decisão de Moraes e disse ter fé "na Justiça e nas instituições democráticas".

O impeachment depende da Câmara Legislativa do Distrito Federal e precisa ser despachado pelo presidente da Casa, Wellington Luiz (MDB), aliado de Ibaneis, antes de ser submetido à tramitação em comissões e no plenário. O quebra-quebra provocado por apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, enfraqueceu o governador, que poderá sofrer uma dissidência em sua base de apoio.

Aliados de Celina calculam que a governadora interina tem, atualmente, pelo menos seis votos para apoiar um pedido de impeachment contra Ibaneis na Casa, entre os 24 deputados. O cálculo não inclui a oposição, que age em outra frente para denunciar o governador.

Quem é Celina Leão
Celina Leão foi eleita na chapa de Ibaneis, em outubro do ano passado. Ela não compôs o governo do Distrito Federal no primeiro mandato do emedebista. Celina já foi presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal e chegou a ser afastada do cargo, em 2016, por suspeitas de pagamento de propina em troca da liberação de emendas parlamentares.

Aliada de Bolsonaro, Celina foi deputada federal pelo PP antes de ser eleita vice-governadora na chapa de Ibaneis. Ela coordenou a campanha de Bolsonaro entre as mulheres e organizou viagens da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial. Integrante da Assembleia de Deus Madureira, a governadora interina também ajudou a ampliar a campanha de Bolsonaro no meio evangélico.

Após a ação extremista em Brasília, Celina fez uma publicação nas redes sociais afirmando ser "inadmissível a invasão aos Poderes da República". Depois, já como governadora interina, divulgou uma nota condenando os ataques e anunciando uma investigação para apurar a possível participação de servidores na invasão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, tirando o comando da área das mãos do governo.

Fonte:Correio 24 Horas

Postar um comentário

0 Comentários