Jovem morta em Itapetinga foi espancada com paralelepípedo, diz mãe


A mãe de Sthefanne Caroline Vaz de Lima, 17 anos, jovem morta durante briga na vizinhança no distrito de Bandeira do Colônia, em Itapetinga, trouxe outra versão dos fatos que resultaram em tragédia na madrugada do último domingo (22). Segundo declaração de óbito divulgado por Renilza Vaz de Lima, sua filha morreu por conta de um traumatismo craniano, consequência de quando foi espancada com um paralelepípedo. Um homem também se envolveu na briga e teria arremessado a pedra.

Antes, havia sido informado pela Polícia Civil que a jovem tinha morrido por conta de um corte com caco de vidro. Ainda conforme relato da mãe, Sthefanne foi agredida não apenas por uma mulher, mas também pela mãe da suspeita já detida e pelo marido desta segunda mulher. Todos eram vizinhos da prima de Sthefanne que iniciou a briga. 

A mãe da jovem morta brutalmente conta que a filha estava na casa da prima de prenome Magna no domingo e que as duas estavam bebendo quando Alessandra Pires, mãe da mulher detida por agredir Sthefanne no rosto com caco de vidro, começou uma discussão com Magna. O que inicialmente era apenas uma bate-boca evoluiu para agressão física e, para defender a prima, Sthefanne tentou apartar a briga.  

“Minha filha foi falar com Alessandra e Magna que elas duas estavam erradas, porque uma tinha batido na outra. Alessandra não gostou, jogou um copo de cerveja no rosto da minha filha e deu um tapa. Minha filha falou que ia sair até dali para não brigar e foi ficar com a irmã e outras meninas na esquina”, relata Renilza. 

Após um tempo, Sthefanne teria voltado para a casa de Magna. Quando saiu de lá, a jovem foi surpreendida por Alessandra. “Ela pegou minha filha pelo braço para bater e minha filha pegou ela pelos cabelos, deu de murro nela. Mas Sara, a filha de Preta [apelido de Alessandra] viu e já veio para cima da minha filha com a taça de vidro e passou na cara da minha filha. Rasgou a cara todinha dela”, detalha. 

Depois disso, Renilza afirma que o marido de Alessandra, de prenome Daniel, se juntou à briga, desferindo socos e cotoveladas em Sthefanne e, ao final, arremessando um paralelepípedo na cabeça da jovem, o que causou o traumatismo craniano que a levou à morte. Alessandra, que prendia Sthefanne àquela altura, ainda deixou mordidas nas costas da menina. “Eu tenho o laudo médico. O médico falou que se fosse pelo corte no rosto que Sara fez, ela não tinha morrido”, lamenta Renilza. 

De acordo com a mãe, Sthefanne chegou a levantar, pediu socorro aos vizinhos e foi levada até o Hospital Maternidade de Itororó, cidade vizinha a Itapetinga, onde chegou em coma. Renilza, que recebeu a notícia da tragédia dez minutos depois do socorro dado a filha, correu para o hospital: “Eu fiquei desesperada. Sthefanne tinha ficado em coma, então eu corri para a delegacia. Alessandra me ameaçou na porta, dizendo que se uma delas fosse presa, iam sair dois caixões da cidade, meu e da minha filha”, relembra. 

Apesar da ameaça, Sara Pires, de 24 anos, foi detida. Três horas após o crime, que aconteceu por volta de 23h, Sthefanne morreu. Após a prisão de Sara, Renilza garante que está longe de se sentir satisfeita. Ela afirma que isso só será possível quando Alessandra e Daniel estiverem atrás das grades. Ela ainda carrega consigo a angústia pela possibilidade de Sara sair da cadeia antes do cumprimento da pena, através de fiança estimada entre R$ 5 mil e R$ 6 mil. Ela frisa que não para de questionar se para a justiça a vida da filha só vale isso.

Munida de documentos, fotos e vídeos feitos pelos vizinhos, que registraram momentos do crime, Renilza diz que a qualquer custo seguirá atrás das autoridades em memória da filha. “Eu quero justiça. Quero eles todos presos. Minha filha não mexia com ninguém. Era uma menina sossegada. Ela bebia de vez em quando, mas ficava de boa. Já esse povo não presta e ninguém quer lidar”. 

Correio 24 Horas

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