Durante a operação, foram apreendidas mais de 50 quilos de entorpecentes dos traficantes/Marcelo Camargo/Agência Brasil Redação |
Um
coração de pelúcia com "Te amo", um livro, uma máquina de pagamento por
cartão, um par de tênis. Foram com esses itens aparentemente
inofensíveis que, traficantes do RJ, trouxeram e enviaram drogas e
dinheiro a outros estados, através de encomendas pelos Correios.
Segundo
a publicação de O Globo, foi a partir de uma operação conjunta da
Receita Federal e da Polícia Civil fluminense que a quadrilha foi
desmascarada após, em duas semanas, serem encontradados mais de 50
quilos de entorpecentes escondidos em encomendas, avaliados em cerca de
R$ 5,8 milhões.
Durante
a operação, cerca de 12 criminosos já foram identificados e estão sendo
investigados. Os números não levam em consideração as ações deste ano,
em que a quantidade de drogas ainda não foi contabilizada.
Entenda detalhes da operação
A
operação iniciou quatro ações de rastreamento de pacotes entre 30 de
novembro e 15 de dezembro. As encomendas selecionadas como suspeitas são
retiradas da Central de Distribuição dos Correios, em Benfica, na Zona
Norte do Rio, e levadas para a base da Receita Federal no Aeroporto
Internacional do Rio, na Ilha do Governador.
Ainda
de acordo com a publicação, equipes estabelecem critérios de análise e
identificam remessas com indícios de drogas. Na operação, os agentes da
perícia da Polícia Civil fazem inspeções individuais em produtos, além
de toda a parte investigativa que faz o levantamento e o balanço com as
informações de remetentes envolvidos nesses envios. Esse trabalho já
levou à análise de aproximadamente 600 remessas, e a gente quantifica
aproximadamente 98% de sucesso na interceptação dos produtos.
Nessa
primeira apreensão, foram 50,7 quilos de entorpecentes como maconha,
ecstasy, haxixe, metanfetamina, cocaína e crack, dando um prejuízo de
aproximadamente R$ 3,5 milhões ao tráfico. A pesagem das drogas não
considera os 180 selos da droga sintética NBOMe, comercializada no
mercado ilegal a R$ 200 cada, ou os mais de 13 mil frascos de
lança-perfume, vendidos a R$ 170 a unidade, o que eleva o valor total
das apreensões para mais de R$ 5,8 milhões. Para além das operações com a
Polícia Civil, em 2022 a Receita apreendeu mais de 168 quilos de drogas
em encomendas internacionais nos aeroportos.
O
mapeamento dos remetentes das encomendas com drogas permitiu à Polícia
Civil e à Receita identificarem pelo menos 12 traficantes cariocas.
Vale
lembrar que a polícia teve conhecimento do caso após uma iniciativa que
começou em julho, quando os Correios anunciaram que o envio de remessas
em território nacional passaria a exigir o número do CPF a partir de 1º
de setembro.
Segundo
a Receita Federal, a partir dessa obrigatoriedade, iniciou-se uma
investigação em todas as remessas postais do país. A apuração levou
agentes a uma remessa de 1.200 comprimidos de ecstasy apreendida em
Fortaleza, no Ceará.
As
informações da apreensão foram cruzadas com as bases de dados da
Receita e dos Correios, e agentes observaram que o mesmo remetente tinha
enviado drogas para destinatários de outros estados, dentre eles o Rio.
A partir daí, começou uma investigação da Receita para identificar
padrões nas remessas suspeitas, muitas vezes com indícios fortes de
tráfico, tendo em vista a abundância de material enviado numa mesma
encomenda.
Fonte: BNews
0 Comentários