Com mais de 80 trios sem corda, pipocas dão o tom do Carnaval de Salvador 2023

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Eles não têm abadá, não têm camisa de camarote, nem sobem nos trios, mas eles têm energia e têm – ou melhor, eles são – o povo. Abaixem as cordas que os foliões pipoca vão passar!

Após dois anos de espera, ou “quase mil dias”, como lembrou o folião Lucas Miguel, de 26 anos, os trios sem corda deram o tom do Carnaval de Salvador, em 2023. Foram mais de 80 atrações configuradas dessa forma, nos principais circuitos. Apenas nesta terça-feira (21/2), mais de 30 artistas desfilaram suas pipocas no Circuito Dodô (Barra-Ondina), incluindo o “gigante”, Léo Santana.

Lucas, a namorada, Erica Dias, e mais um casal de amigos, todos de Dias D’Ávila, sempre vêm à capital baiana para curtir o Carnaval da forma mais livre possível. “Em relação aos outros carnavais, foi tranquilo. Não tenho o que reclamar de segurança. Se continuar assim, vai crescer mais ainda”, analisou ele.

Para a amiga, Vitória Sena, 26, tal liberdade da pipoca é o fator diferencial para aproveitar a festa. “Você pode aproveitar todos os artistas, todos os trios, a qualquer momento”, pontuou. “Além de ser de graça”, completou o namorado, Felipe Pedrosa, 30.

Na via principal do Circuito Dodô, atrás – no momento – do trio da banda Bailinho de Quinta, os soteropolitanos Júlia Luanny, 21, e Nadson Santos, 27, também defendem a escolha do carnaval sem cordas. “Ah, minha filha… saí todos os sete dias! Estava aqui quebrando e amassando!”, afirmou Luanny. Os dois saíram do bairro de Mata Escura em direção à Barra e garantem que só é preciso “muita energia e muita perna”. Qualquer coisa, “é só beber uma aguinha e ‘tá’ de boa”, segundo Nadson.

Mas nem tudo são flores, como pontua a foliã Rita Martins. “A gente que é pipoca sofre. Pra gente ver o nosso artista é empurrão e roubo”, opina.

Do pré-Carnaval ao último dia, a prefeitura de Salvador pagou R$ 17,6 milhões para artistas se apresentarem sem cordas neste Carnaval, com cachês a partir de R$ 180 mil.

Aratu 

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