Cordeiros protestam contra empresa que cuida da segurança nos blocos puxados por Bell Marques no carnaval de Salvador

Cordeiros fazem fila para receber pagamento após o carnaval de Salvador — Foto: Reprodução / TV Bahia 

Profissionais que atuaram como cordeiros de blocos no carnaval de Salvador protestaram, neste sábado (25), pela falta de pagamento adequado pelos dias trabalhados na folia. Eles alegam que foram contratados para os blocos do cantor Bell Marques e o valor recebido não condiz com a diária acertada, que seria de R$ 60. Há casos também de quem diz ter trabalhado e não recebeu.

O protesto aconteceu na frente de uma estrutura montada na rua Afonso Celso, no bairro da Barra, região próxima do circuito da folia de Momo na capital baiana. A empresa responsável pelo pagamento montou a estrutura e efetuava o pagamento mediante a apresentação da camisa com a numeração de cordeiro e do chip que era anexado a uma pulseira entregue antes do desfile.

Entre os que protestavam estava o cordeiro identificado apenas como Humberto. Ele diz ter trabalhado por seis dias, o que daria R$ 360. No entanto, recebeu apenas R$ 300.

"Sou cordeiro há oito anos, deveria receber R$ 360 e recebi R$ 300. Sou pai de família e isso é uma injustiça", lamentou.Humberto diz ter recebido menos como cordeiro no carnaval — Foto: Reprodução / TV BahiaHumberto diz ter recebido menos como cordeiro no carnaval — Foto: Reprodução / TV Bahia"Cordeiros, unidos, jamais serão vencidos"

Ao som de "Cordeiros, unidos, jamais serão vencidos", os profissionais se aglomeraram em busca do pagamento. Foi o caso de Geisa, que está grávida do oitavo filho e trabalhou por seis dias na segurança dos foliões dos blocos Vumbora, Camaleão e Bloco de Quinta, todos puxados por Bell Marques.

Geisa afirma que, mesmo com a pulseira com o chip no braço, foi acusada de não ter trabalhado na festa. Disse que suas camisas de cordeira foram tomadas e chegou a ser colocada para fora da sala quando tentava cobrar pelo dinheiro.Grávida do oitavo filho, Geisa trabalhou como cordeira de bloco — Foto: Reprodução / TV BahiaGrávida do oitavo filho, Geisa trabalhou como cordeira de bloco — Foto: Reprodução / TV Bahia

"Mandaram eu sair da sala como se fosse um cachorro e quiseram arrancar a pulseira. Estou aqui lutando para ter meu dinheiro e meus direitos", completou.

Geisa conta que, para trabalhar na folia, precisou pagar uma pessoa para cuidar dos seus filhos. Agora, não sabe como custeará o serviço da profissional contratada.

Em entrevista à equipe da TV Bahia, o chefe de segurança dos blocos, identificado apenas como Farias, explicou que o pagamento aconteceu normalmente para os profissionais que comprovaram o trabalho por meio da apresentação das camisas e da conferência no chip das pulseiras.

Porém, ele sinaliza que pessoas que não trabalharam ou saíram do posto de trabalho buscam o pagamento e não serão contempladas.

"Quem está certo, está recebendo e está indo embora. Agora, quem tem problema está fazendo pressão, e nós não vamos pagar com pressão. Não queremos ser injustos com ninguém. Tenho 37 anos de carnaval e nunca passei por isso aqui", afirmou.

Farias diz que há casos de cordeiros que, em busca da promessa de que iriam receber diária maior em outros blocos, saíram da corda dos blocos. Ao longo do desfile, a conferência por meio dos chips acontecia até cinco vezes, o que garantia o registro das ausências.

Procurada pela equipe da TV Bahia, a assessoria do cantor Bell Marques informou que repassou todo o valor dos cordeiros à empresa responsável pela segurança.

G1 

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