O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), acionou nesta segunda-feira, 6, a Polícia Federal (PF) para investigar a entrada no Brasil de joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões enviadas pela Arábia Saudita ao governo de Jair Bolsonaro (PL). Os diamantes teriam sido mandados como presentes para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
"Os fatos, da forma como se apresentam, podem configurar crimes contra a Administração Pública tipificados no Código Penal, entre outros. No caso, havendo lesões a serviços e interesses da União, assim como à vista da repercussão internacional do itinerário em tese criminoso, impõe-se a atuação investigativa da Polícia Federal", diz Dino no ofício enviado ao diretor-geral da PF, Andrei Passos.
No documento encaminhado à corporação policial, o ministro indica uma violação dos interesses da União e afirmou que as suspeitas podem configurar crimes contra a administração pública tipificados no Código Penal. Apesar de não citar no requerimento quais crimes seriam esses, o titular da Justiça já tinha falado previamente que o caso poderia configurar em crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro.
Entenda o caso
O ex-presidente Jair Bolsonaro e auxiliares se esforçaram para que entrassem ilegalmente no país colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros (cerca de R$ 16,5 milhões). O mimo, no entanto, ficou detido Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, segundo matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo.
Segundo o Estadão, após a tentativa do “jeitinho” que o ex-ministro tentou dar, houve mais três tentativas envolvendo quatro ministérios: Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores, e militares. A publicação narra que a última tentativa de retirar as joias aconteceu três dias antes do fim do governo Bolsonaro, no dia 29 de dezembro, quando um militar desembarcou no Aeroporto de Guarulhos em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) pedindo as joias alegando que “não pode ter nada do [governo] antigo pro próximo, tem que tirar tudo e levar”.
A Tarde
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