O Flamengo está a um empate de se classificar para a final do Campeonato Carioca. Recuperou a vantagem e o favoritismo que eram seus antes do começo da temporada em uma noite em que foi buscou o resultado empurrado pela torcida, mais à base do coração do que qualquer coisa. Venceu o Vasco por 3 a 2 e mostrou que, apesar de todas deficiências que ainda existem a essa altura da temporada, a chama pelos títulos ainda está lá, queimando no coração do vestiário.
Afinal, seguiu atrás do resultado durante todo clássico, cheio de alternâncias. Não se abateu com o fato de o cruz-maltino ter aberto o placar e nem depois que o rival empatou o jogo em 2 a 2. Fabrício Bruno foi quem fez o gol da vitória, em um clássico, que se não foi o primor em termos técnicos, não economizou em emoção.
Para o jogo de domingo, o cenário se inverteu. O Flamengo jogará com a vantagem do empate, que antes era do Vasco, por ter feito campanha melhor na Taça Guanabara. O time de São Januário terá buscar a vitória para chegar à decisão contra Fluminense ou Volta Redonda.
Vasco segue vivo
Pelas bandas de São Januário, obviamente o sentimento é amargo, por mais que o time tenha perdido a gordura que tinha. Para completar, o tempo para refletir a respeito da derrota será muito curto. A equipe volta a jogar na quinta-feira, contra o ABC, na Colina, pela segunda fase da Copa do Brasil. Três dias depois, entrará em campo novamente contra o arquirrival.
Pelo menos o técnico Maurício Barbieri tem ideia de como jogar melhor contra o Flamengo justamente porque já o fez. Talvez seja melhor retomar a escalação anterior, com um volante plantado à frente da zaga, no caso, Rodrigo.
Nesta segunda-feira, ele deixou a equipe para a entrada de Galarza, mas o que o Vasco não contava era com a disposição de Vítor Pereira em abrir mão da sua forma favorita em prol da vitória. No xadrez dos técnicos, o português levou claramente a melhor no Maracanã.
Flamengo à moda antiga
Isso porque Vítor Pereira deixou de lado os ataques pelas pontas, os cruzamentos excessivos, para dar ao Flamengo o gostinho de atacar como esse grupo sabe melhor, que é pelo meio. Pegou o técnico vascaíno no contra pé. Arrascaeta foi um dos melhores em campo — foi ele quem marcou um golaço para empatar a partida e corrigir a falha bisonha dos zagueiros rubro-negros, que entregaram um gol de bandeja para Gabriel Pec, aos 10 minutos de jogo.
Gabigol também foi muito bem, movimentando-se para deixar Pedro em condições de finalizar. Ruim para o Flamengo que o camisa 9 não esteve em um noite muito inspirada. Acabou precisando de uma ajuda gigantesca do Vasco para fazer o gol da virada. Manuel Capasso errou a saída de bola de forma inexplicável e o atacante da seleção na Copa do Catar não perdoou: 2 a 1.
No lado doVasco, a estratégia de contra-atacar, que deu certo no primeiro jogo entre as equipes, pela Taça Guanabara, se mostrou até acertada. Porém, esbarrou muitas vezes na noite pouco inspirada de Pedro Raul. Logo ele, que na vitória no clássico passado, fez grande partida. Dessa vez, o camisa 9 errou muito nas tomadas de decisão, foi fominha em lances que pediam mais solidariedade.
Quando ele conseguiu corrigir isso, o Vasco empatou novamente a partida. Alex Teixeira puxou contra-ataque, tocou para Pedro Raul, que estava aberto, e correu na direção da grande área, cercado por quatro zagueiros. Ainda assim, o cruzamento veio e o camisa 7 mergulhou para fazer 2 a 2 no Maracanã.
O clássico seguiu aberto, mas com o Flamengo mais perto da vitória. Ela veio, com a cabeçada de Fabrício Bruno. O gol incendiou o Maracanã, que recebeu mais de 45 mil torcedores numa segunda-feira à noite.
Nos minutos finais, com uma penca de jovens em campo e mais Nenê, o Vasco esboçou uma pressão, tímida. Prevaleceu o coração do Flamengo, que venceu movido pelo coração e sim com méritos de Vítor Pereira.
Extra o Globo
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