Hospital Espanhol, que fica no bairro da Barra, em Salvador, foi fechado em 2014 — Foto: Divulgação/TRT-BA |
O
Governo da Bahia depositou quase R$ 119 milhões no processo de
desapropriação do Hospital Espanhol, localizado em Salvador. O depósito
foi feito na última sexta-feira (24) e os advogados que representam a
unidade alegam que o valor é insuficiente para pagar as dívidas.
O
Espanhol foi fechado em 2014, com cerca de R$ 650 milhões em dívidas.
Desde então, os cerca de três mil funcionários pedem que o prédio seja
vendido para pagar a dívida trabalhista, que é de mais de R$ 120
milhões.
No
final de 2016, o Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA)
determinou a venda do hospital e o leilão da unidade foi marcado e
suspenso várias vezes. Depois disso, o Governo da Bahia entrou com uma
ação para desapropriar o Espanhol e, em 2019, o ofereceu quase R$ 83
milhões pela unidade.
Este
valor equivale aos R$ 119 milhões que foram depositados pelo Governo.
Com a correção monetária, R$ 36 milhões foram "adicionados" ao valor
inicial. Na petição, o governo argumenta que precisa manter no espaço a
continuidade do serviço público.
Um
dos argumentos da Sociedade Espanhola contra o valor pago pelo Estado,
está relacionado à época em que a unidade serviu de hospital de campanha
contra a Covid-19, durante a pandemia do coronavírus.
Uma perícia foi pedida pelos advogados para que haja a definição do valor real do prédio.
Dívidas com funcionários
Funcionários demitidos do Hospital Espanhol durante protesto em 2022 — Foto: Ademir Silva/Arquivo pessoal |
O
depósito dos R$ 119 milhões traz esperança para os funcionários da
unidade, que não receberam salários, nem benefícios, durante os últimos
meses de funcionamento do Espanhol. Um deles é Ademir Bulhosa, que
pagava o próprio transporte para conseguir trabalhar.
"A gente vinha trabalhando e pagando o nosso transporte, alimentação. A gente trabalhava por amor ao hospital", contou.
Nos
últimos anos, os trabalhadores fizeram diversos protestos em frente a
unidade. Um deles aconteceu durante a pandemia da Covid-19, em 2021,
quando o fechamento completou sete anos.
Oito anos após o fechamento, os trabalhadores seguem sem receber os valores que, juntos, chegam a R$ 122 milhões.
Fonte: g1 Bahia
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