Justiça determina desocupação de área de empresa de celulose invadida pelo MST na BA — Foto: Divulgação/MST |
O
Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) determinou a reintegração de posse
de uma área da empresa Suzano Papel e Celulose, invadida por
integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na
cidade de Mucuri, no extremo sul da Bahia.
Além
dessa localidade, também há invasão em Caravelas e Teixeira de Freitas,
que ficam na mesma região. No entanto, a decisão judicial se refere
apenas a Mucuri.
Na
decisão da Justiça, no qual a reportagem da TV Bahia teve acesso, o
juiz Renan Souza Moreira classificou, na terça-feira (28), a empresa
como "legítima proprietária" da área.
Invasão começou na madrugada desta segunda-feira (27) — Foto: Reprodução TV Santa Cruz |
Os
invasores que estão na fazenda devem se abster de expandir a invasão ou
ocupar outras áreas vizinhas, sob pena de multa de R$ 5 mil por pessoa e
por dia de invasão, como caracterização de crime de desobediência.
Nesta
quinta-feira (2), a assessoria do MST informou que cerca de 1.200
pessoas seguem nas invasões em terrenos na Suzano. Até o início da tarde
eles alegavam que não tinham sido notificados da decisão de
reintegração de posse do terreno.
De
acordo com o MST, foram montadas nos acampamentos a estrutura com lona,
barracões, cozinha e setor de atendimento de saúde. Desde que chegaram
nas áreas, os acampados derrubam eucaliptos e, após a retirada, plantam
árvores nativas e frutíferas, como mangueiras e goiabeiras.
Caso
Justiça determina desocupação de área de empresa de celulose invadida pelo MST na BA — Foto: Divulgação/MST |
Os
integrantes do MST invadiram áreas da empresa em Caravelas, Teixeira de
Freitas e Mucuri, cidades do extremo sul da Bahia, na madrugada de
segunda-feira (27).
Em
nota, a Suzano Papel e Celulose informou que não vê legalidade na
invasão, que as demais ações estão em análise e a companhia espera
receber a mesma determinação de reintegração de posse nos próximos dias.
A
Suzano assegurou que gera na região aproximadamente sete mil empregos
diretos, mais de 20 mil postos de trabalho indiretos e beneficia cerca
de 37 mil pessoas pelo efeito renda.
De
acordo com representantes do MST, a ação teve início com 1.550 pessoas e
o objetivo seria denunciar o crescimento das monoculturas na região,
como a do eucalipto. Segundo eles, a plantação tem provocado êxodo rural
e causado problemas hídricos.
Além
disso, os integrantes são contra os agrotóxicos que, segundo eles, são
usados pela empresa. O uso do pesticida seria responsável por prejudicar
as áreas cultivadas pelas famílias camponesas.
Também
em nota, a Suzano informou que cumpre integralmente as legislações
ambientais e trabalhistas nas áreas em que mantêm operações. A empresa
reconhece a relevância da sua presença nas áreas onde atua e reforça seu
compromisso por manter um diálogo aberto e transparente, de maneira
amigável e equilibrada.
Somente
em seus projetos sociais, programas e iniciativas na região, a empresa
alcançou mais de 52 mil participantes diretos e indiretos, em 82
comunidades e mais cinco sedes municipais, com um investimento de mais
de R$ 10,3 milhões em 2022.
Milhares de mudas destruídas em 2015
No
domingo (5), completa oito anos que o MST invadiu uma fábrica de papel e
celulose e destruiu milhares de mudas transgênicas criadas por meio de
pesquisas. O caso aconteceu em Itapetininga (SP).
Estavam
à frente da ação mulheres ligadas ao MST. À época, o movimento informou
que o plantio em escala do eucalipto transgênico pode causar sérios
impactos ambientais e sociais.
A
polícia informou que, ao chegarem no local, as manifestantes foram em
direção às estufas onde a empresa guardava as mudas com as novas
espécies de eucalipto. Não foi divulgado o número de mudas destruídas.
Os
resultados das pesquisas com as mudas seriam apresentados para uma
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTN-BIO), em Brasília (DF),
mas, com a destruição causada pelo MST, os técnicos cancelaram a
apresentação.
Fonte: g1 Bahia
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