A
passista da Acadêmicos do Grande Rio e trancista Alessandra dos Santos
Silva teve sua vida transformada devido a um procedimento que está sendo
investigado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio e Polícia Civil.
Alessandra
foi internada para a retirada miomas no útero e teve alta dias depois
com parte do braço esquerdo amputado. “Só lembro mesmo disso, de acordar
em outro hospital sem o braço”, disse a passista e trancista. As
informações são do G1.
O
sofrimento de Alessandra começou em agosto de 2022. Ela sentiu dores e
sangramentos. Exames apontam miomas no útero e recomendam a retirada
imediata. Em janeiro, ela recebe uma ligação do Hospital da Mulher
Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense,
convocando-a para a cirurgia.
No
mês seguinte a passista se interna e é operada pela manhã. À noite,
médicos detectam uma hemorragia. O hospital avisa à família que terá de
fazer em Alessandra uma histerectomia total - a retirada completa do
útero.
Parentes
foram visitar Alessandra, mas ela estava intubada e, segundo eles, com
as pontas dos dedos esquerdo escurecidas. Braços e pernas estavam
enfaixados. Segundo a mãe, falaram que a paciente “estava com frio”.
Depois
disso, a família é avisada de que Alessandra - ainda intubada - teria
que ser transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de
Castro (Iecac), em Botafogo. Segundo parentes, o braço da passista
estava praticamente preto. Um médico lhes diz que iria drenar o braço,
“que já estava começando a necrosar”.
O
Iecac informa que a drenagem não deu certo e que “ou era a vida de
Alessandra, ou era o braço”, porque a necrose iria se alastrar. A
família autoriza a amputação. A cirurgia é feita, mas o estado da mulher
se agrava, com o rim e o fígado quase parando e com risco de uma
infecção generalizada.
Em
meados de fevereiro, Alessandra é extubada e recebe alta. No final do
mês, a mulher volta ao Iecac para a revisão da cirurgia de amputação.
Segundo sua mãe, Ana Maria, o médico se assusta com o estado dos pontos
na região abdominal e recomenda que elas voltem ao Heloneida Studart.
Após
ser recusada em diferentes hospitais, Alessandra é internada no
Hospital Maternidade Fernando Magalhães e transferida para o Hospital
Municipal Souza Aguiar, onde consegue fazer o procedimento e recebe alta
dias depois.
A
família da passista também diz que ela só está viva graças à ajuda dos
amigos, que foram incansáveis. “A gente correu muitos hospitais para
tentar que ela entrasse, mas todos alegaram que ela tinha que voltar
para o lugar onde ela passou pela cirurgia”, disse Lukas Matarazzo. Mas a
família não quis retornar para o Heloneida Studart e só conseguiu a
vaga na rede municipal.
Alessandra
está noiva há 11 anos e tinha o sonho de engravidar. Ela também não
sabe como vai conseguir trabalhar em salões de cabeleireiro sem uma das
mãos. “Eu quero que os responsáveis paguem, que o hospital se
responsabilize, porque eles conseguiram acabar com a minha vida.
Destruíram meu trabalho, minha carreira, meu sonho... tudo”, declarou
Alessandra.
APURAÇÃO
A
Secretaria Estadual de Saúde disse que vai abrir uma sindicância para
apurar o que aconteceu no Hospital da Mulher Heloneida Studart.
A
Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 64ª DP (São João de
Meriti) e que os agentes requisitaram o laudo médico de atendimento na
unidade para fazer uma análise.
Fonte: Bahia Notícias
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