Uma jovem de 23 anos afirma ter sido vítima de tentativa de estupro por parte de um motorista por aplicativo na madrugada deste sábado (15/4), em Salvador.
Ao Aratu On, a possível vítima, a estudante de jornalismo Bruna Bitencourt, contou que tudo começou quando ela pediu um carro por aplicativo em Cajazeiras, com destino a São Cristóvão, bairro em que mora, por volta das 2h30 da manhã. “Eu estava saindo de um bar em Cajazeiras, seguindo para o bairro de São Cristóvão. Ao chamar o carro pelo aplicativo, entrei e, como sempre faço ao utilizar app, fui para o fundo, por segurança. O motorista, a princípio, foi educado, e conversamos sobre a música que estava tocando no carro”.
Durante a corrida, após passar pela Estrada Velha do Aeroporto, Bruna caiu no sono. Quando acordou, se viu longe de casa, fora da rota que o motorista deveria ter feito, no final de uma rua deserta na região da praia Pedra do Sal, em Stella Maris. Além disso, ao acordar, ela percebeu que o carro estava desligado, parado na via, e que o motorista estava abrindo a porta traseira do veículo.
“Despertei assustada, não reconhecendo o local onde estava, em um local deserto e escuro, com ele abrindo a porta do fundo. No susto, eu saí correndo do carro e comecei a gritar com o motorista, falando que eu não estava bêbada, que ele não tinha o direito de cancelar a corrida e me levar para outro local, que ele não tinha o direito de tentar nada comigo”, contou.
Na sequência, de acordo com o relato de Bruna, o motorista, identificado como Rogerio, se assustou e voltou para dentro do automóvel. A estudante, então, tentou pedir outro Uber para voltar para casa. Nesse momento, o homem disse que, devido ao horário e localização, ninguém aceitaria a corrida, e se ofereceu para deixá-la em um local mais movimentado.
“Ele falou que eu não conseguiria chamar outro carro, e falou que me deixaria em um local mais movimentado. Nesse momento, eu já estava entrando em contato com a minha amiga que ainda estava no bar, explicando, por alto, o que estava acontecendo, e compartilhei a localização em tempo real para ela acompanhar.
Segundo Bruna, após o ocorrido, o motorista dirigiu em silêncio e não tentou se justificar. “Depois que reagi, ele não falou mais nada. Não tentou justificar, até porque, não há uma justificativa. Ele achou que eu estivesse vulnerável, bêbada, que eu não reagiria. Mas, eu só estava cansada”.
Ao chegar em uma via que julgava ser segura, Bruna, que permaneceu com a amiga no telefone, saiu do carro ainda em movimento. “Fui com ela na linha e, na primeira avenida que reconheci, gritei para ele parar e desci com o carro ainda em movimento”.
Ainda na madrugada, a estudante reportou o caso à Uber como “Assédio Sexual”. Às 5h34 da manhã, a empresa respondeu, afirmando que tentou entrar em contato com Bruna pelo celular, mas sem sucesso, e informando que faria um novo contato em breve. A estudante, porém, negou que tenha recebido qualquer ligação da empresa até o momento, e foi contactada apenas por e-mail. Às 6h, ela viajou e, por esse motivo, não teria registrado Boletim de Ocorrência.
VEJA O E-MAIL:
Em nota enviada ao Aratu On, a Uber informou que a conta do motorista acusado já foi temporariamente desativada enquanto aguarda pelas investigações do caso.
CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA:
A Uber considera inaceitável qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater e denunciar casos de assédio e violência. A conta do motorista parceiro já foi temporariamente desativada, enquanto aguardamos pelas investigações. A Uber se coloca à disposição para colaborar com as autoridades no curso das investigações.
A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Por isso, desde 2018 a empresa mantém o compromisso de participar ativamente do enfrentamento da violência contra a mulher e segue investindo constantemente em conteúdos educativos contra o assédio para motoristas.
Em conjunto com o Instituto Promundo, foi lançado o Podcast de Respeito e mais recentemente a Uber lançou uma campanha educativa de combate ao assédio em parceria com o MeToo Brasil. Além disso, também em parceria com o MeToo, a plataforma possui um canal de suporte psicológico para apoiar vítimas de violência de gênero.
Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, como, por exemplo, o compartilhamento de localização, gravação de áudio, detecção de linguagem imprópria no chat, botão de ligar para a polícia, entre outros.
Uma amiga de Bruna que estava no bar com ela horas antes expôs a situação no Twitter. Além disso, a própria Bruna falou sobre o caso em seu perfil no Instagram.
Aratu
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