Polícia Civil com 40% de déficit no quadro de pessoal. Mau sinal

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Arregimentados pelo Sindicato da Polícia Civil (Sindipoc) fizeram um protesto ontem na porta da Assembleia. A pedida deles: a liberação da cláusula de barreira que impede o chamamento de mais de 300 dos aprovados no concurso realizado no ano passado.

Para além da reivindicação em si, o movimento teve um mérito, segundo o pessoal que lá estava: exibiu um gigantesco déficit de pessoal na Polícia Civil baiana.

O ideal seria que o segmento, tão fundamental na Segurança Pública para o bem estar coletivo como o ar que respiramos, tivesse um quadro de 10.779 pessoas entre delegados, escrivãos e investigadores. Tem 5.447, ou 40% a menos.

Involução —Segundo Karina Barreto, que integra a Comissão dos que lutam para quebrar cláusula de barreira, 85% deles já estão se aproximando do preenchimento de requisitos para requerer aposentadoria. 

— Alguns Estados, como Rio de Janeiro, Piauí, Mato Grosso e Rio Grande do Norte já avançaram. E por que nós não podemos?

O irônico dessa situação é o comparativo com o cenário social, ao que parece, com uma degeneração galopante, ao invés da solução. Aliás, a ciência política dita que a boa governança é aquela que pratica atos e fatos no rumo da construção de uma sociedade em que todos vivam em paz e harmonia, mas a sensação que se tem dá no inverso, estamos involuindo.

Nossos políticos parecem desconectados da realidade. Não há um debate sério para encarar a violência sempre crescente, cada dia mais perto de nós.

Prefeitos vão ao TCM brigar pelo direito de contratar no São João

Jaborandi, lá no extremo sul do extremo oeste baiano, na divisa com Minas Gerais e Goiás, tem uma prefeitura toda boa. Nada deve a ninguém, nem a funcionários, nem a servidores e nem a fornecedores. De quebra, tem em caixa R$ 14 milhões.

A questão: se está tudo bem, por que não pode contratar Leo Santana por R$ 200 mil para ir lá cantar no São João? Ontem, advogados de lá foram ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), a pedido do prefeito Marcos da Silva, o Dr. Marcos (PSDB), saber qual é o problema. O Ministério Público foi quem recomendou a não contratação.

Na União dos Municípios da Bahia (UPB) o pessoal diz que a situação tem sido frequente, Prefeitura boa, mas bloqueada por interferência do MP.

Advogados dizem que se o MP quer procurar suspeitos, é só ver onde pagam cachês diferentes para o mesmo show.

A cesta de Diego Castro

O deputado Diego Castro (PL), bolsonarista, ganhou de presente do MST uma cesta contendo farta propaganda da reforma agrária. Anteontem foi ao plenário com ela, carregado de material com a propaganda dos seus projetos. Deu azar. A sessão abriu e fechou em menos de dois minutos.

Ontem, nova sessão, Diego apareceu de novo com a tal cesta. Dessa vez funcionou. Colegas diziam que ficaram com pena dele no dia anterior.

Lula e Jerônimo conflitam na Ponta dos Castelhanos

A pendenga sobre a construção de um condomínio de luxo na Ponta dos Castelhanos, na ilha de Boipeba, em Cairu, bateu ontem na Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública, puxada pelo deputado Hilton Coelho (PSOL).

A plateia era dividida entre a parte que não quer, todos trajados com camisas “Salve Boipeba”, e os que querem, moradores de Cova de Onça, povoado vizinho ao empreendimento, com camisas “Não falem por nós”. Curioso: o vereador Igor Gomes (UB), de Cairu, diz que nem o prefeito Hildécio Meirelles (UB) e nem a Câmara foram convidados.

E como o Inema liberou e a SPU travou, o deputado Robinson Almeida (PT) diz que no caso Jerônimo e Lula entraram em rota de colisão. 

A Tarde

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