O fotógrafo Gilmar Santana foi morto porque teria reclamado de uma pichação no muro de sua casa, conforme relatou ao Informe Baiano uma fonte, nesta segunda-feira (02/05). O crime aconteceu na madrugada de segunda-feira (01/05), por volta das 2h, na Travessa Santa Rita, no bairro de Boa Vista de São Caetano, em Salvador.
“Um crime sem motivo, inexplicável. Mataram um pai de família porque ele pintou a casa dele, deixou toda bonita e não queria a marca de nenhuma facção na parede. Mais de 10 pessoas de bem já foram mortas por esses traficantes do BDM nos últimos dois anos e continuam andando nas ruas. Olham pra gente e a gente tem que abaixar a cabeça”, desabafou uma pessoa, sob anonimato, pois teme pela própria vida.
A fonte do IB relembra que o grupo criminoso, oriundo do bairro vizinho Lobato, executou outras pessoas de bem na região. O chefe da quadrilha seria um homem conhecido como “Marcos Bart”. Há pelo menos 20 integrantes, entre eles “Rato” e “Neguinho”.
O primeiro homicídio da quadrilha no bairro foi no dia 2 de Junho de 2021, quando Jonatas dos Santos Miranda, funcionário da Secretaria de Educação da Prefeitura de Salvador, foi assassinado na porta de casa, na Rua Renilda Coutinho.
Um caso mais recente foi o homicídio a tiros do influenciador digital Antônio de Amorim Assis Filho, 37 anos, no dia 13 de Abril, na Rua Angélica Rocha. A vítima teria brigado com a namorada e por isso foi executada.
Em 12 de março, também desse ano, o sargento da Polícia Militar Denilson Aleluia, lotado na 41ª CIPM, foi assassinado a tiros no Bar do Cigano, na Rua José Tibério. Quatro homens chegaram ao estabelecimento e efetuaram disparos de arma de fogo. Um amigo do militar também foi ferido.
Em 28 de abril do ano que passou, uma mulher identificada como Andressa Pereira Cachoeira foi assassinada na Rua Primeiro de Agosto. Ela era evangélica, deixou uma filha pequena de um ano e os bandidos acharam que ela era “X9”.
Em 4 de setembro de 2021, José Carlos Ataíde da Silva, foi executado em frente a um bar, na Rua Angélica Rocha, localidade conhecida como “Maloca”. José Carlos vestia uma camisa branca com o nome “PAZ” e a foto de um homem que foi assassinado no bairro. Moradores disseram que José Carlos também não tinha envolvimento com a criminalidade e era uma pessoa de bem.
Os cinco casos relatados acima não foram elucidados ainda pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas investigações.
Morte de Gilmar
Conforme a fonte do Informe Baiano, traficantes da facção Bonde do Maluco (BDM) invadiram a casa do trabalhador. Em seguida, retiraram a vítima, que foi atingida por dezenas de tiros. O homicídio, segundo testemunhas, ocorreu na frente da esposa e da filha de Gilmar.
Vizinhos disseram que Gilmar trabalhava como fotógrafo de aniversários e casamentos. Além de disso, sustentam que o rapaz não era envolvido com a criminalidade.
“É o mesmo grupo do Lobato que assumiu o comando do tráfico aqui na área. Nos últimos dois anos, eles já mataram mais de 10 pessoas inocentes. Dessa vez, abriram uma ‘boca de fumo’ na porta de Gilmar. Eu não sei se Gilmar reclamou ou o que aconteceu. Só sei que ele era uma pessoa boa e sem nenhum envolvimento com os vagabundos”, relatou a fonte do IB, que acrescenta.
“Várias pessoas estão se mudando do bairro por conta da violência. Ninguém aguenta mais isso. O rosto dele ficou totalmente desfigurado. O bairro está assustado, todo mundo triste”, desabafou.
Ninguém foi preso até o momento. O caso deverá ser investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Informe Baiano
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