Cerca de 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Bahia, ocuparam nesta terça-feira, 2, o escritório da Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa), no município de Maracás/BA, na região da Chapada Diamantina.
De acordo com o MST, a ocupação no escritório da Ferbasa é uma forma de denunciar e pressionar a empresa para cumprir as leis ambientais e sociais e efetivar um diálogo com as famílias do Movimento Sem Terra junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), além de chamar a atenção para a questão da reforma agrária no Brasil.
Os Sem Terra afirmam que a ocupação é por tempo indeterminado e só sairão da área ocupada, após serem suspensas as reintegrações de posse de dois acampamentos ameaçados e o agendamento para uma reunião entre a empresa, junto ao (Incra), governo do Estado e o MST.
Atualmente, segundo o movimento, cerca de 750 famílias, organizadas em quatro fazendas ocupadas, nos municípios de Maracás e Planaltino estão na região da Chapada Diamantina.
A Ferbasa, em nota, diz que tem mantido o diálogo com o MST com o intuito de minorar as questões da região onde atua em definitivo, mas que a reforma agrária necessita de uma solução multifatorial, “dentre eles o Poder Público e o próprio Movimento, razão pela qual não pode ser resolvido tempestiva e unilateralmente pela Ferbasa”.
Confira a nota:
''A FERBASA, única produtora integrada de ferrocromo das Américas e reconhecida por sua forte atuação socioambiental, acredita no pleno funcionamento do Estado Democrático de Direito, nos seus valores éticos e no respeito aos compromissos, atuando de forma rígida quanto à observância das leis e regulamentos e em prol do progresso socioeconômico das regiões onde atua.
No tocante às invasões, a Companhia novamente reafirma que tem mantido diálogo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra – MST, com a finalidade de resolver a questão em definitivo. Todavia, vale ressaltar que a Reforma Agrária é um assunto que envolve diversos atores, dentre eles o Poder Público e o próprio Movimento, razão pela qual não pode ser resolvido tempestiva e unilateralmente pela FERBASA.
Adicionalmente, a FERBASA rechaça veementemente a invasão da sua sede administrativa no município de Maracás, pois acredita que as negociações podem ser mantidas de forma pacífica e ordeira. Da mesma forma, manifesta preocupação em relação aos seus colaboradores, que ora estão impedidos de realizar suas atividades laborais''.
A Tarde
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