Terminou no início da tarde desta terça-feira (9), a grande operação realizada pela Receita Federal no Feiraguay, em Feira de Santana.
A Operação foi motivada em cumprimento a um mandado de busca e apreensão pela justiça estadual de São Paulo, em favor de representantes de marcas originais.
Ao total, 200 boxes foram vistoriados e muitas mercadorias foram apreendidas, sendo necessário o apoio de caminhões para que toda carga fosse transportada para Salvador.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o presidente da Associação do Feiraguay, Sandro Santana informou que mais de 60% dos comerciantes não tiveram os boxes vistoriados devido a legalidade dos produtos.Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Logo pela manhã por volta das 5h30, meu telefone já começou a tocar e os comerciantes me passaram a informação que o local estava sendo fiscalizado. Me desloquei até aqui, acompanhamos todo processo e dos 640 boxes, apenas 200 foram vistoriados. Isso mostra que mais de 60% do Feiraguay já é legal. Nem tudo foi apreendido, a grande maioria não precisou de fiscalização”, informou.
Cerca de oito caminhões foram utilizados na operação. Segundo o presidente da Associação, não é possível neste momento, informar um cálculo de prejuízo de todos os comerciantes.
“Não é possível fazer um cálculo, mas eu posso adiantar que não foi algo muito grande, porque são pequenos comerciantes que possuem seu atacado, sobrevivem disso e respeitamos essas fiscalizações. No momento eu estava o tempo todo acompanhando as equipes de box em box e não tive como observar a quantidade de mercadorias que foram levadas. Eu sei que a emoção destes comerciantes sempre serão tomadas, porque quando o comerciante vê um prejuízo como este, nós estamos vindo de um pós-pandemia, semana do Dia das Mães, São João, onde todo mundo quer este momento de festa, isso seria um oxigênio nas vendas e acontece isso”, lamentou.
Ao Acorda Cidade, o advogado da Associação, Hércules Oliveira informou que uma defesa técnica será feita para que o Feiraguay como um todo, não seja penalizado.Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Nós recebemos uma citação do poder judiciário referente a esta operação oriunda do estado de São Paulo e verificamos a legalidade do cumprimento do mandado de busca e apreensão nos boxes e tudo dentro da sua regularidade. Vamos preparar agora para fazer a defesa técnica dos autos, já que tivemos acesso ao mandado, mas não tivemos a integralidade do que consta ali, porque a Associação ela acaba figurando no polo passivo da demanda e sendo assim, há uma necessidade de se fazer a defesa técnica. Nós vamos provar que a Associação apenas faz a gerência do entreposto, mas que ela não é distribuidora de mercadorias, porque deixou transparecer que a Associação é quem fornece essas mercadorias para os seus associados”, explicou.
De acordo com o advogado, mercadorias falsificadas não é um problema exclusivo de Feira de Santana.
“Esse é um problema não apenas do Feiraguay, mas um problema do Brasil inteiro. Se você chegar em São Paulo, que é o maior distribuidor, vai ter, se você chegar em Fortaleza vai ter, se você chegar em Maceió vai ter. Hoje, 1/3 das lojas foram fiscalizadas, porém muitas lojas não apresentavam qualquer irregularidade, então você cai aí de 200 boxes para cerca de 150 boxes. O Feiraguay busca marchar esse entreposto através do trabalho que é feito pela Associação, busca marchar dentro da regularidade, claro que nós sabemos que existem questões pontuais, a maioria dos empreendedores daqui hoje são microempresários, fabricação própria dos seus produtos com notas fiscais, tudo dentro de padrões, e se não fosse assim, a Receita teria feito uma operação para fechar todo o entreposto e esta não foi a realidade”, afirmou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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