Risco de frente fria deixa Salvador em alerta

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Os moradores de Salvador estão receosos por conta da possibilidade de nova frente fria neste mês chuvoso de maio. Vários locais da capital baiana estão em alerta e outros ainda buscam normalizar a situação após os estragos causados. A previsão do tempo mostra uma trégua, hoje, mas com risco de mais chuva a partir de amanhã.

Segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Cláudia Valéria, um sistema de baixa pressão está sobre o litoral da Bahia desde o início do mês. Porém, esse sistema perdeu força por causa da atuação de uma massa de ar quente e seca. Para os próximos dias, não há previsão de chuvas intensas e volumosas, apenas tempo nublado e instável, com pancadas de chuvas pontuais.

Mesmo com o clima melhorando, a Defesa Civil de Salvador (Codesal), por meio do Centro de Monitoramento de Alerta e Alarme da Defesa Civil de Salvador (Cemadec), alerta que, a partir de amanhã, chegam resquícios de uma frente fria, vinda da região Sudeste, aumentando as chances de chuvas com intensidade de fraca a moderada. 

“O tempo abriu, mas as pessoas não devem se enganar. Foram muitos dias de chuva. Então, todos devem manter-se em alerta e, observando qualquer cenário diferente que aponte risco, se afastar. É só pedir, através do 199, a vistoria da Codesal”, afirma Sosthenes Macêdo, diretor-geral da Codesal.

Entre quarta e quinta-feira, os maiores acumulados de chuva foram registrados em São Tomé de Paripe (112,5 mm), como também em outros pontos do subúrbio. Na região, dois casos emblemáticos ainda preocupam os moradores. Em Tubarão, na Rua São Gerônimo, as casas foram invadidas pela água com lama, que desceu do morro. 

“Perdemos tudo. O que puderem doar vai nos ajudar. Aqui moravam cerca de 280 famílias. A própria comunidade está trabalhando para resolver os problemas” afirma Deisiane Almeida, líder comunitária.

Já na Rua 21 de Abril, em Paripe, os moradores que tiveram suas casas destelhadas pela chuva amanheceram trabalhando, ontem, para retirar os restos que sobraram das residências e consertar o que foi destruído pela ventania. 

Em nota divulgada pela Codesal, no final da tarde da última quinta-feira, o órgão, com apoio de outros entes municipais e estaduais, realizou vistorias nos imóveis atingidos. A velocidade do vento na área não foi registrada em função de a estação da Base Naval do Inmet estar inoperante.

Ontem, até as 20h, a Codesal recebeu 75 solicitações de vistorias. Em sua maioria para ameaças de deslizamento, desabamento e queda de árvores, além de avaliações de área e de imóvel alagado e sete chamados para deslizamentos.

As pancadas de chuvas constantes, o céu nublado e o clima instável neste mês de maio é algo comum neste período, segundo Cláudia. De acordo com os dados do Inmet, 177,4 mm já caíram no estado, o que equivale a 58,7% da média do mês, em 302,12 mm, considerado dentro da normalidade.

Sobre as características de variabilidade das chuvas em alguns bairros, ela considera específico do Nordeste. “É uma condição da região, seguindo um parâmetro que varia muito, mesmo que o bairro seja próximo. O posicionamento geográfico ou a área geográfica faz toda diferença se o sistema é grande como um todo ou menor com chuvas isoladas”, afirma Cláudia.

Por esta razão, temos casos de bairros sendo mais atingidos em determinados períodos, como no caso do Subúrbio e do Monte Serrat, nesta semana, e da região entre Itapuã e Pituaçu, na semana passada. 

A Tarde

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