Conhecido como “Juca Matador”, ex-policial civil é aposentado com salário de R$ 5 mil

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Gilberto Xavier Clementino, conhecido entre as autoridades policiais pelo apelido de Juca Matador, foi aposentado pela Polícia Civil da Bahia por incapacidade permanente. A decisão foi publicada na última quarta-feira (21/6), no Diário Oficial do Estado, e o ex-investigador receberá em “proventos integrais”, cerca de R$ 5,4 mil por mês.

O apelido composto, Juca Matador, vem de dois pontos famosos na vida de Gilberto Xavier. Juca, pois este é o apelido utilizado por policiais, durante operações, para não identificarem os seus verdadeiros nomes, e matador, fama que carrega pela  “brutalidade” e por acumular mortes durante operações.

Gilberto Xavier foi condenado em 2010, após matar dois trabalhadores que retornavam para suas residência na estrada CIA-Aeroporto. O crime aconteceu na década de 1990. Segundo investigações realizadas à época, ele teria abordado o carro de Pedro Augusto Carvalho Bittencourt, João Orlando Barbosa e Carlos Maurício. O policial era lotado no Batalhão de Repressão a Furtos e Roubos e teria alegado que Pedro e João estariam envolvidos em um crime ocorrido na região. Ficou comprovado, na verdade, que Gilberto atirou e matou ambos à queima-roupa, mesmo sem revide dos trabalhadores à abordagem policial. Carlos Maurício sobreviveu ao ataque.

Juca foi condenado a mais de 30 anos de prisão e foi afastado da Polícia Civil da Bahia. Doze anos após sua condenação, em 2022, a defesa do policial comprovou, mediante laudos médicos, que Gilberto teria “problemas mentais” o que o fez ser reincorporado ao quadro da corporação.

O investigador tinha seu nome ventilado por jornais e autoridades policiais por ter relação próxima com o traficante Raimundo Alves de Souza, o Ravengar. O criminoso foi conhecido, neste mesmo período, por ser o nome mais perigoso da Bahia, responsável por comandar a distribuição de drogas para toda a cidade e executar dezenas de inimigos.

Indiciado por associação ao crime organizado em 2010, acreditava-se que Juca Matador tenha trabalhado para Ravengar, assinando mortes em seu nome e administrando o reinado do tráfico no Morro da Águia, na Fazenda Grande do Retiro. Na última quinta-feira (8/6), Ravengar faleceu, aos 69 anos, no Hospital Geral Ernesto Simões Filho, vítima de complicações em um quadro de diabete.

Aratu 

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