Todos os desaparecidos, a partir da esquerda: Hamish Harding, Shahzada Dawood, Suleman Dawood, Paul-Henri Nargeolet e Stockton Rush Obtido - Foto: Reprodução |
A
Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou a morte dos passageiros do
submarino Titan, que estava desaparecido desde segunda-feira (19). Os
destroços encontrados nesta quinta-feira indicam que houve uma perda
catastrófica da pressão da cabine do submersível.
“Em
nome da guarda costeira dos EUA dou os pêsames para as famílias. Só
consigo imaginar como isso tem sido para eles e espero que essa
descoberta traga algum conforto nesse momento tão difícil”, disse o
porta-voz da Guarda Costeira em entrevista à imprensa.
Na
manhã desta quinta-feira, a Guarda Costeira informou que haviam sido
encontrados destroços dentro da área de busca, e que estes foram
identificados como parte do corpo externo do submarino.
O
prazo estimado pelas autoridades dos Estados Unidos para a duração do
oxigênio no Titan se esgotou na manhã desta quinta-feira (22). O
submersível tinha 96 horas de ar respirável, de acordo com as
especificações da empresa responsável pelo passeio, a OceanGate
Expeditions.
Mesmo
assim, as buscas prosseguiram para encontrar o Titan e os seus cinco
ocupantes: o empresário e aventureiro britânico Hamish Harding, o
mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, o empresário paquistanês
Shahzada Dawood e seu filho Sulaiman Dawood, além do CEO e fundador da
OceanGate, proprietária do submersível, Stockton Rush.
A
expedição começou com uma jornada de 740 quilômetros até o local do
naufrágio. O submersível começou sua descida no domingo de manhã, mas
perdeu contato com a tripulação do Polar Prince, o navio de apoio que
transportou a embarcação até o local, 1 hora e 45 minutos após a
descida, segundo autoridades.
As
Guardas Costeiras dos Estados Unidos e Canadá iniciaram uma verdadeira
operação de guerra para resgatar o Titan, até 10 navios e aeronaves
foram mobilizadas para as buscas, primeiro na superfície do mar, depois
nas profundezas.
Foram disponibilizados sonares, ROVs (drones aquáticos) e equipamentos de altíssima tecnologia para cumprir a missão.
Segurança
Não
faltaram acusações sobre uma suposta negligência com a segurança do
submersível. O próprio Rush afirmou, em diversas entrevistas, que via os
esquemas de proteção como algo que inibiam a inovação e o avanço
tecnológico.
A
indústria comercial subversiva é “obscenamente segura”, disse ele em
entrevista ao Smithsonian Magazine, em 2019, “porque eles têm todos
esses regulamentos. Mas também não inovou ou cresceu – porque eles têm
todos esses regulamentos.”
À
medida que o mundo passou a acompanhar o drama dos ocupantes do
submersível, também passou a conhecer histórias um tanto bizarras sobre o
funcionamento do veículo.
Na
última terça-feira, o jornal The New York Times informou que em 2018
líderes da indústria da submersíveis criticaram a “abordagem
experimental” da OceanGate. O Comitê de Veículos Subaquáticos Tripulados
da Marine Technology Society escreveu uma carta a Rush, expressando
preocupação com a conformidade da empresa em relação a uma certificação
de avaliação de risco marítimo conhecida como DNV-GL.
O submersível Titan
O
Titan é tecnicamente um submersível, e não um submarino como tem sido
popularmente chamado. Um submersível tem reservas de energia limitadas e
precisa de um navio de apoio na superfície para lançá-lo e recuperá-lo.
O
Titan normalmente gasta cerca de 10 a 11 horas durante cada viagem ao
naufrágio do Titanic, enquanto os submarinos podem ficar debaixo d’água
por meses.
Fiel
ao seu nome, o Titan pesa mais de 10 mil quilos e é feito de fibra de
carbono e titânio, com recursos de segurança para monitorar a
integridade estrutural da embarcação, de acordo com seu operador, a
OceanGate Expeditions.
Há
apenas um banheiro e não há assentos – com o máximo de cinco
passageiros, eles devem sentar-se de pernas cruzadas no chão. Não há
janelas, exceto a escotilha através da qual os passageiros veem o
Titanic.
Sem
GPS debaixo d’água, o Titan se comunica com sua nave-mãe por mensagens
de texto, e o submersível é obrigado a se comunicar a cada 15 minutos,
de acordo com o site arquivado da OceanGate Expeditions. A última
comunicação entre a embarcação e o Polar Prince ocorreu às 11h47 de
domingo.
Partes
do Titan são decididamente de baixa tecnologia. O submersível é
controlado por controle de jogar videogame. “Essencialmente se parece
com um controlador de PlayStation”, disse o correspondente da CNN Gabe
Cohen, que se sentou em Titan em 2018 enquanto fazia reportagens sobre a
OceanGate Expeditions para a afiliada da CNN KOMO.
A
embarcação é mantida debaixo d’água por lastro – pesos pesados que
ajudam na estabilidade – construído para ser liberado automaticamente
após 24 horas para enviar o submarino à superfície, segundo Newman. “Ele
foi projetado para voltar”, disse ele à CNN.
Fonte: CNN
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