homem é encontrado morto com sinais de tortura em clínica

Imagem colorida de viatura da Polícia Militar de SP 

Dois homens foram presos em flagrante nesta sexta-feira (9/6) acusados de praticar tortura em uma clínica de recuperação para dependentes químicos em Mauá, no ABC, em São Paulo. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, uma das vítimas foi encontrada morta no local.

Policiais militares foram chamados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para comparecer até a clínica. Quando chegaram ao estabelecimento, os PMs encontraram Valdir Zaurisio Botelho morto, com o corpo marcado por vários sinais de violência.

Durante a abordagem, os policiais também viram uma paciente com moscas ao redor do corpo. O ambiente foi descrito como em condições precárias de higiene, com cheiro forte de fezes e urina.

Os policiais foram depois até uma loja de móveis usados no bairro Zaíra, também em Mauá, onde viram no terceiro andar outros internos da clínica de recuperação. Eles teriam sido retirados de forma improvisada do estabelecimento logo após a constatação da morte de Botelho.

Segundo o boletim de ocorrência, durante a conversa com policiais, pacientes começaram a chorar, contando terem sofrido maus-tratos e manifestando “intenso desejo de não mais permanecerem internados na referida clínica”. Vários deles não conseguiram dizer nem mesmo quais eram suas datas de nascimento, entre outros detalhes a respeito de si próprios.

Os internos contaram que Botelho foi espancado por Victor Estanislau de Araújo, de 30 anos, funcionário da clínica, bem como por outras pessoas que estavam em tratamento no local. Segundo as testemunhas, Araújo agrediu a vítima na madrugada de terça (6/6), provocando, inclusive, uma fratura em um de seus braços.

Socorro

As testemunhas contaram também que Araújo se recusou a providenciar socorro e ainda aplicou uma grande quantidade de medicamentos em Botelho, o que poderia ser uma das causas da morte.

O delegado responsável pelo caso também autuou o dono da clínica, Francisco Lucena Rocha Maia, de 52 anos.

Segundo o boletim de ocorrência, embora os internos tenham dito que Maia os tratava bem, “não se mostra crível que, na posição de proprietário da referida clínica, estivesse completamente alheio a episódios de agressão não somente diários como reiterados e sistemáticos, tratando-se, ao que parece da única forma pela qual seu funcionário se relacionava com os internos”.

Tanto o dono da clínica quanto o funcionário foram indiciados pela tortura e morte de Botelho e presos em flagrante e levados à cadeia em Santo André (ABC).A defesa foi procurada, mas preferiu não se manifestar no momento.

Metrópoles 

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