O
ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi, anunciou nesta
terça-feira (27) uma série de ações em colaboração com a Federação
Italiana de Futebol (FIGC, na sigla em italiano) para combater o
antissemitismo no país. Uma das medidas presentes do acordo é
o banimento da camisa 88 do futebol local.
O número é usado por
movimentos neonazistas para designar a saudação nazista “Heil Hitler”,
já que a letra H é a oitava do alfabeto.
Recentemente, estádios italianos têm registrado uma série de ataques antissemitas, como vaias e insultos a jogadores negros, o uso de "judeu" como xingamento e até mesmo a exibição de suásticas e outros símbolos fascistas e nazistas.
Em março, durante o clássico contra a Roma, um torcedor da Lazio apareceu usando uma camisa 88 com o nome 'Hitlerson' (“filho de Hitler”, em tradução livre). Pouco depois, o clube anunciou que havia banido o homem e outras duas pessoas que fizeram saudações nazistas no mesmo jogo.
O flagra e ainda cânticos antissemitas entoados ao longo da partida geraram críticas na Itália, com denúncias da comunidade judaica de Roma. Dois meses antes, a Lazio já havia sido punido com o fechamento de um setor do Estádio Olímpico devido a gritos racistas.
O banimento da camisa 88 deve afetar alguns jogadores do futebol italiano. Na temporada 2022/23, dois atletas atuaram com o número nas costas durante o campeonato nacional: Pasalic, da Atalanta, e Basic, da Lazio. Ambos os meias croatas já utilizaram apenas o número 8 na carreira.
O pacto feito pela Federação Italiana de Futebol com o Ministério do Interior da Itália prevê ainda outras ações, como a interrupção do jogo em caso de cantos, atos ou manifestações antissemitas.
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