Sem descanso: em um mês, 15 pessoas foram mortas na BA dentro de suas casas

 Sem descanso: em um mês, 15 pessoas foram mortas na BA dentro de suas casas  - Jornal Correio

Estar em casa deixou de ser sinônimo de segurança para os baianos. Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado, Salvador e RMS tiveram 153 tiroteios durante o mês de maio, com 115 pessoas mortas e outras 30 feridas. Para além dos óbitos, o que se destaca é o local dos crimes: as residências, onde foram registradas 18 vítimas – 15 não resistiram. Entre os casos de repercussão está o do dia 25, quando duas mulheres morreram e um homem ficou ferido dentro de casa, no bairro do Cassange, em Salvador.

O Fogo Cruzado tem um laboratório de dados que produz 40 indicadores sobre violência nas regiões metropolitanas do Rio, do Recife e de Salvador. A Secretaria de Segurança da Bahia não tem esse tipo de dado. Infelizmente, sem os números é impossível enxergar o problema, afim de discutir e produzir políticas públicas de qualidade e atuar na mancha criminal de forma efetiva.

Duas mulheres foram assassinadas e um homem baleado dentro de uma casa em Cassage (Reprodução/TV Bahia)


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Violência doméstica

E o quinto relatório mensal deste ano do Instituto Fogo Cruzado destaca outro problema: a violência contra mulheres em Salvador e RMS. Foram 15 vítimas, onde 12 foram mortas e três feridas por arma de fogo. Nos cinco meses de 2023, o Instituto registrou 67 mulheres baleadas, 47 delas vieram a óbito. É sabido que a maioria dos casos é de violência doméstica, condição presente há anos na sociedade. No dia 1º, Simone Maria dos Santos foi morta em casa pelo marido em Vila Laura.

A Lei da Maria da Penha é marco na história da mulher brasileira. Por ela, o Estado tenta cessar esses crimes, que infelizmente assombram muitos lares e famílias. Mas na Bahia, de 2017 a 2022, foram 564 mulheres vítimas de feminicídios. Esse número representa um aumento médio de 6,3% ao ano. Especificamente no ano de 2022, foram registradas 107 vítimas. Os dados são da própria Secretaria de Segurança Pública.

Técnica de enfermagem foi morta pelo marido no bairro de Vila Laura, em Salvador ( Reprodução)


“Ravengar” era também vaidoso

Até a década de 2000, Raimundo Alves de Souza, o “Ravenga”, como era chamado o “dono” do Morro do Águia, no São Gonçalo do Retiro, em Salvador, controlava a distribuição de maconha e cocaína enviada à Bahia pelo PCC. O então maior traficante da Bahia, que morreu na semana passada, era também vaidoso. Tornou-se popular por distribuir remédios, cestas básicas e pagar cirurgias. Após aparecer numa grande revista, ficou conhecido no país como “benfeitor” das comunidades, o que atiçou a ira da SSP e em 2004 ele foi preso – e aí o tráfico pulverizou. Reza à lenda que “Raimundão” era dono de uma banda de forró e de uma casa de shows no Cabula. Certa vez, ele causou um alvoroço ao trazer Fábio Jr. Muitos apostaram que ia flopar. Resultado: o trânsito travou de carros que levavam fãs do cantor ao show.

Chefe do tráfico na Bahia entre 1990 e 2000, "Ravengar" era vaidoso (Foto: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO)
Correio 24 Horas

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