Homem denuncia insultos homofóbicos dentro de lava a jato em Feira de Santana: ‘estou cheia desses viadinhos aqui’

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Segundo Gabriel Peixoto, o crime teria sido cometido por familiares do dono do estabelecimento, no sábado (8). O caso foi registrado na Polícia Civil e é investigado.

De acordo com o estudante, tudo começou quando ele foi ao banheiro do lava a jato e ouviu os primeiros insultos. A esposa do dono teria falado que estava “cheia desses viadinhos aqui”.

Ainda segundo Gabriel Peixoto, a mulher teria dito que queria que ele deixasse o estabelecimento, porque recebia a filha no local naquele dia.

“Sempre frequentei o lava a jato. Eles usaram a desculpa de que eu estava usando o banheiro com a porta aberta, mas eu nem tinha entrado direito quando começaram a gritar”, contou o estudante.

Delegacia de Feira de Santana — Foto: Divulgação/Polícia Civil da Bahia

Delegacia de Feira de Santana — Foto: Divulgação/Polícia Civil da Bahia

Ainda segundo Gabriel Peixoto, além das ofensas feitas pela mulher, ele foi ameaçado por dois homens da família.

“Um senhor de idade disse que ia me bater, eu não fiz nada porque ele era um idoso. O outro rapaz veio para cima de mim, mas meu amigo ficou entre ele e eu, evitando algo pior”, relatou o estudante.

Gabriel Peixoto informou ainda que o dono do lava a jato não estava no local no momento dos insultos. Procurado pelo estudante, ele disse que o cliente estava certo, mas que não poderia fazer nada, já que os autores eram da família dele.

O g1 tenta contato com o dono do lava a jato e com as pessoas citadas como autoras dos insultos homofóbicos.

O estudante registrou o caso na Central de Flagrantes de Feira de Santana e voltará na sexta-feira (14) para prestar depoimento.

A advogada Ana Peixoto, irmã do estudante, disse que vai judicializar o caso. Caso seja indenizado, Gabriel Peixoto pretende reverter o valor em cestas básicas e doar para comunidades carentes de Feira de Santana.

Discriminar alguém por causa da identidade de gênero ou orientação sexual é crime no Brasil desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a lei contra o racismo também pode ser aplicada contra a homofobia.

A criminalização da homofobia e transfobia prevê que:

  • "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito" em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
  • a pena será de um a três anos, além de multa;
  • se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
  • e a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.

Com a decisão do STF, o Brasil se tornou o 43º país a criminalizar a homofobia, segundo o relatório "Homofobia Patrocinada pelo Estado", elaborado pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (Ilga). 

G1 Bahia 

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