O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta quarta-feira (12) que vai editar um decreto para ampliar o ensino cívico-militar no estado.
A decisão contrapõe o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que decidiu acabar com o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), um dos pilares da política de educação da gestão de Jair Bolsonaro (PL).
“Fui aluno de Colégio Militar e sei da importância de um ensino de qualidade e como é preciso que a escola transmita valores corretos para os nossos jovens”, disse Tarcísio.
“O @governosp vai editar um decreto para regular o seu próprio programa de escolas cívico-militares e ampliar unidades de ensino com este formato em todo o Estado”, afirmou o governador em publicação nas redes sociais.
Além de Tarcísio, os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), anunciaram que irão manter o programa. Os três apoiaram Bolsonaro na eleição passada – Tarcísio foi ministro da Infraestrutura do ex-presidente.
A decisão do governador é um aceno ao bolsonarismo, de quem sofreu ataques na semana passada após articular pela aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados.
Apoiadores do ex-presidente foram às redes sociais para criticar a decisão do governo de Lula de extinguir o programa das escolas cívico-militares. Ex-vice-presidente da República, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) chamou a medida de “revanchista”.
A decisão de extinguir o Pecim, tomada em conjunto pelos ministérios da Educação (MEC) e da Defesa, deve ser implementada até o fim do ano letivo, conforme documento enviado aos secretários estaduais de Educação.
Segundo o MEC, haverá desmobilização do pessoal das Forças Armadas lotado nos colégios vinculados ao programa, bem como a adoção gradual de medidas que permitam encerrar o ano na “normalidade necessária aos trabalhos e atividades educativas”.
Foram quatro os motivos para o fim do programa, conforme nota técnica do MEC.
Além do desvio de finalidade das Forças Armadas, a pasta entende que há um problema de execução orçamentária no programa e que os investimentos poderiam ser mobilizados em outras frentes.
Outras justificativas são falta de coesão com o sistema educacional brasileiro e o modelo didático-pedagógico.
CNN
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