O ex-prefeito de Salvador e presidente da Fundação Índigo, ACM Neto (União Brasil), disse nesta quinta-feira (24) que o governo do estado engatou a “marcha ré” nos projetos da ponte Salvador-Itaparica e do VLT/ Monotrilho do Subúrbio. Em entrevista à rádio Band FM de Vitória da Conquista, ele também criticou a suspensão dos voos diretos entre Salvador e o município do Sudoeste e cobrou do governo um esforço para a ampliação das linhas aéreas para a cidade.
Ao comentar sobre os projetos paralisados pelo governo, ACM Neto lembrou que o contrato do VLT foi cancelado e que a ponte segue o mesmo caminho. “As obras que eles prometeram, como a ponte, o VLT, a Fiol, o Porto Sul, vários sistemas de abastecimento de água, não saem do papel, ficam nas promessas e na propaganda. E agora o que a gente vê é o governo do estado dar a ré”, destacou.
Sobre a ponte, ele lembrou que já foram gastos mais de R$ 300 milhões, enquanto o VLT consumiu cerca de R$ 60 milhões. Nenhum dos dois saiu do papel. “Um projeto em que já foram enterrados mais de R$ 300 milhões e não tem nada, nem uma estaca batida. Jogaram R$ 300 milhões fora. Eu pergunto: o que poderia ser feito em Conquista e região com R$ 300 milhões? É muita coisa. Essas obras paralisadas trazem desperdício de dinheiro e prejuízo para a população, que fica na expectativa, que não se concretiza por incompetência do governo”, frisou.
Neto também ressaltou que o Aeroporto Glauber Rocha, inaugurado em 2019, está subutilizado, inclusive com chances de perder mais linhas. Ele disse que é preciso um esforço do governo para ampliar os voos. “Não só para manter a linha com Salvador, a linha com Minas Gerais, com São Paulo, mas pra ampliar essa integração de Conquista. E aí não tem jeito, o governo do estado tem que entrar com subsídio, tem que chamar as empresas aéreas. É ter visão, é fazer investimento, é trabalhar no destino Vitória da Conquista, com promoção nacional e até quem sabe internacional”, afirmou.
Para ele, o que acontece em Conquista com a suspensão dos voos diretos para Salvador é um reflexo da falta de política do governo do estado para o desenvolvimento regional do estado. “Essa postura que o governo do estado vem tendo com uma falta completa de uma política voltada para o turismo, para o desenvolvimento das regiões do interior da Bahia. A gente infelizmente não pode esperar isso deles, ao contrário, a gente observa eles de braços cruzados vendo as coisas acontecerem e tentando fingir que não é na Bahia e não é com eles”, criticou.
O ex-prefeito da capital baiana também criticou o governo por causa da queda da Bahia no ranking de competitividade. O estado caiu sete posições e ocupa agora o 24º lugar. “A Bahia tem problemas sérios de infraestrutura, de logística, tem um problema hoje seríssimo de segurança pública. O resultado de tudo isso é que infelizmente os investimentos não chegam e os empregos vão embora. A gente viu nos últimos anos muitas empresas fecharem as portas e decidirem por sair da Bahia. A forma de virar esse jogo depende muito. É claro que o governo do estado deve ter uma visão de médio e longo prazo, ter uma visão estratégica regional”, salientou.
Fonte:Bahia.BA
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