Depois de passar oito anos sem pisar em território brasileiro, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, estará no Brasil nesta terça-feira (8) em sua segunda visita ao país em pouco mais de dois meses. Maduro será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para participar da Cúpula da Amazônia junto com outros líderes de países que abrigam o bioma.
Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o ditador ficou proibido de entrar no Brasil em razão de uma portaria que vetava missão diplomática a integrantes do regime bolivariano. A determinação foi revogada em dezembro de 2022, porque Lula pretendia convidar Maduro para sua posse em janeiro.
Entre 29 e 30 de maio, o venezuelano esteve no Brasil pela primeira vez desde o fim da restrição para participar da Cúpula da América do Sul, evento organizado pelo mandatário brasileiro com o intuito de reativar o diálogo entre os países sul-americanos. A presença de Maduro, no entanto, foi motivo de críticas de participantes.
Os presidentes do Uruguai, Luís Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, criticaram a presença do venezuelano no encontro. Na Cúpula, Lula ainda defendeu que a Venezuela fosse reintegrada ao Mercosul – país foi suspenso do bloco econômico em 2017 devido à crise democrática e às denúncias de violação dos direitos humanos cometidas por Maduro.
O brasileiro também gerou polêmica até mesmo entre setores da esquerda ao afirmar que a ditadura da Venezuela não passa de uma narrativa.
Desta vez, além de Brasil e Venezuela, a Cúpula da Amazônia vai reunir representantes de Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Guiana e Suriname para discutir ações de sustentabilidade, defesa e desenvolvimento da região amazônica. Com o encontro, o governo brasileiro também busca fortalecer a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Desde que tomou posse, Lula tem buscado restabelecer as relações com a ditadura de Maduro, rompidas durante o governo Bolsonaro. Na última sexta-feira (4), o presidente brasileiro assinou decreto que permite ao Brasil voltar a comprar energia do governo venezuelano. O acordo afeta principalmente o estado de Roraima, que não é conectado à rede elétrica brasileira.
Na semana passada, Maduro afirmou durante um programa da televisão estatal da Venezuela que enviou pedido formal para o país ingressar nos Brics, grupo de cooperação econômica formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
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