O policial militar Carlos Bahia Santos, de 31 anos, que denunciou ter sido vítima de homofobia e torturas dentro do quartel, morreu nesta quinta-feira (10), em Açailândia (MA). Ele estava internado desde a última semana, em estado grave, após ser agredido pelos próprios colegas. As informações são do Metrópoles.
De acordo com a Secretaria de Estado a Saúde (ES), a causa do óbito de Carlos está sendo investigada pelo Serviço de Verificação de Óbitos do Instituto Médico Legal (IML).
A Polícia Militar, por sua vez, afirmou que irá investigar a conduta dos agentes suspeitos de agredirem o PM. A corporação declarou que “não coaduna com qualquer prática de intolerância, visto que, a discriminação, seja racial, de gênero, religiosa ou por orientação sexual, não faz parte dos valores adotados pela corporação”.
Carlos denunciou as agressões sofridas em 27 de julho. Ele mencionou que foi vítima de homofobia e tortura, e, em um dos casos, os suspeitos o humilhou próximo a sua casa, ao chegarem em uma viatura policial com a sirene ligada. Eles teriam dado voz de prisão ao PM por supostamente ter abandonado o posto de serviço.
Conforme o Boletim de Ocorrência, os policias arrastaram Carlos pelo braço esquerdo e o puxaram para fora de casa enquanto ele vestia apenas uma toalha. Depois entraram em sua residência e começaram a revistar os cômodos.
Após o acontecido, o policial denunciou, através de uma carta, que foi vítima de abusos, homofobia e tortura. Ainda de acordo com a vítima, o comandante do batalhão no qual estava escalado sabia dos abusos e negligenciou as ações dos policias militares.
“Digo ao major Nunes, que depressão não é frescura. Digo também a ele que o seu pedido de perdão não deve ser direcionado a Deus, mas sim às suas vítimas. Fui esquecido pelos meus irmãos… Obrigado a todos os que me ajudaram e que nos últimos dias mandaram mensagens de conforto. Agora estarei junto aos que me amaram e também com aqueles que me amam”, lamentou o PM em um trecho da carta.
BNEWS
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