Que prevenir é melhor do que remediar todo mundo já sabe e isso já se transformou em clichê há muito tempo. Assumir um novo pensamento sobre modelo individual de saúde é uma condição necessária nos dias de hoje e garante não apenas aumento de expectativa de vida, mas também uma maior possibilidade de uma melhor terceira idade. Não é abdicação de prazeres, mas sim, uma questão de promoção e prolongamento de sua própria vida.
O conselho acima é do médico e docente dos cursos de Saúde da Ages, pertencente ao Ecossistema Ânima, Dr. Márcio Cruz, e leva em conta a importância da medicina preventiva - ato de cultivar cuidados antecipados para prevenir, eliminar ou reduzir os riscos do agravamento de uma doença -, para uma vida mais longa e com qualidade.
Nos últimos anos, grande parte da população mundial tem mudado o conceito relacionado à saúde. Hoje, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) entende saúde, não como um estado de não doença, mas como um equilíbrio biopsicossocial, que compreende os aspectos biológicos, psicológicos e social/econômicos de um indivíduo. “Isso significa que para que uma pessoa tenha saúde, ela não apenas precisa de um bom funcionamento do corpo e da mente, mas também deve ter condições de ter uma boa alimentação, pagar suas contas, viver socialmente e ter a oportunidade de emprego”, ressalta o médico.
Ainda de acordo com o especialista, não faz muito tempo, a população brasileira vivia uma situação que nem de longe se parece com a realidade de saúde pública vivida nos dias atuais. “Apesar de ainda estarmos distantes de um modelo ideal de práticas reais de políticas públicas, com cobertura a toda população, é apresentada, atualmente, uma prática de saúde que valoriza a prevenção em detrimento da remediação. Sabemos que prevenir doenças é muito mais barato do que as tratar”, pontua Dr. Márcio.
Para bióloga e doutora em biotecnologia Tâmara Carvalho, coordenadora de Extensão das Práticas Médicas no SUS da Ages Jacobina, a educação em saúde desempenha um papel fundamental na promoção da prevenção de doenças e na melhoria da saúde geral das pessoas.
“A saúde preventiva está diretamente ligada à educação em saúde. Pois a partir de informações de conscientização, a população pode optar por um comportamento mais saudável. A educação em saúde pode, ainda, ajudar as pessoas a entenderem a importância de buscar atendimento médico preventivo, como exames regulares, vacinações e rastreamento de doenças, o que pode levar ao diagnóstico precoce e maior chance de cura”, destaca Dra. Tâmara Carvalho.
Com a Constituição de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), houve uma grande revolução na saúde pública. A saúde passou a ser definida como um direito de todos e um dever do Estado, o que garantiu, mediante políticas públicas, os princípios da equidade, integralidade e universalidade. Isso envolveu não apenas a mudança de modelo de saúde pública, como também o início de novas estratégias de educação, com o envolvimento da população como parte integrante da produção e geração de sua própria saúde.
Evidentemente que, dentro de um novo conceito e modelo de saúde, a população precisa fazer a sua parte. Mudanças no estilo de vida e de hábitos alimentares passam a ser valorizadas, sem as quais fica difícil conquistar uma realidade de vida longe de doenças. “Agora, ganha muita importância a boa alimentação, os exercícios físicos, parcimoniosidade na ingestão de bebidas alcoólicas, abandono do tabagismo, ojeriza às drogas e a busca da saúde mental”, finaliza Dr. Márcio.
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