A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou neste domingo (10) que registrou mais uma morte relacionada às chuvas que devastaram municípios gaúchos. Agora, são 43 vítimas no estado —outra morte ocorreu em Santa Catarina.
O número de pessoas fora de suas casas em cidades gaúchas também subiu. São 3.798 desabrigados (dependem de abrigos públicos) e 11.642 desalojados (podem se acomodar na casa de parentes e amigos). Antes, até a noite de sábado (9), eram contabilizados 3.193 e 8.282, respectivamente.
Há 224 pessoas feridas e 46 permanecem desaparecidas, sendo 30 na cidade de Muçum, oito em Lajeado e oito em Arroio do Meio.
O governo gaúcho estima em 150,3 mil o total de afetados pelos temporais, que deixaram registros de destruição em 88 municípios. Uma força-tarefa com cerca de 900 servidores atua nas buscas, resgates, identificação de corpos e reparos na infraestrutura.
Os corpos das vítimas estão sendo reconhecidos pelo Instituto Geral de Perícias em Porto Alegre e cidades do interior. A liberação para os velórios depende de uma normalização mínima na rotina das cidades afetadas, que chegaram a ter mais de 80% de sua área urbana submersa.
No sábado (9), foi realizado o velório coletivo de vítimas das enchentes na cidade de Vespasiano Corrêa. Foram veladas na cidade nove das 15 vítimas encontradas em Muçum, cidade que fica a cerca de 20 km de Vespasiano Corrêa e foi uma das mais castigadas pelas cheias do rio Taquari.
DOAÇÕES E FINANCIAMENTOS
Na sexta (8), o governo federal anunciou o repasse, via prefeituras, de R$ 800 por cada desabrigado e o envio de 20 mil cestas básicas.
Na quinta (7), a gestão Lula já havia reconhecido o estado de calamidade pública, conforme solicitado pelos municípios atingidos pelos temporais para simplificar os processos de compras e contratações, e acelerar a resposta à destruição. Segundo a CNM (Confederação Nacional dos Municípios), os prejuízos chegam a R$ 1,3 bilhão.
Em reunião com prefeitos das cidades afetadas, o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou a liberação de R$ 1 bilhão em financiamento por meio do banco estatal Banrisul. Desse total, cerca de R$ 300 milhões serão destinados ao setor agrícola, que segundo o governador foi um dos mais prejudicados pelas enchentes. Outros R$ 500 milhões serão destinados a empréstimos para prefeituras e R$ 100 milhões serão voltados para o financiamento imobiliário.
Leite também anunciou a liberação de R$ 1,5 milhão em horas-máquina para auxiliar no trabalho de reconstrução em Muçum e em Roca Sales.
As fortes chuvas causaram bloqueios totais ou parciais de rodovias e duas pontes foram destruídas. O governo informou que trabalha para desobstruir as rodovias “o mais rápido possível” para que as doações possam chegar às vítimas.
A Defesa Civil pede que as doações se concentrem em colchões, produtos de higiene pessoal e itens para limpeza dos locais afetados pelas enchentes. Também foi criada pelo governo uma conta para doações em dinheiro.
Folhapress\Politica Livre
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